26 Março 2016

A libertação sob fiança do jovem Mahmoud Hussein às primeiras horas desta sexta-feira, 25 de março, oferece uma pequena réstia de esperança no profundamente falhado sistema de justiça egípcio. A libertação aconteceu pela uma hora da manhã no Cairo, Egito, e o jovem está já junto da família (na fotografia, à direita, com o irmão Tarek).

Atualmente com 20 anos, Mahmoud foi preso aos 18, em 2014, e esteve mais de dois anos atrás das grades por usar uma t-shirt onde se lia “Uma nação sem tortura” e um cachecol com o símbolo da “Revolução de 25 de janeiro”. Foi acusado de pertencer a um grupo proibido e de participar numa manifestação não autorizada, entre outras acusações.

“A libertação de Mahmoud Hussein já devia ter acontecido há muito tempo”, lamenta o vice-diretor da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África, Said Boumedouha. “Esteve mais de dois anos na prisão quando não devia ter passado um único dia atrás das grades. As autoridades egípcias devem agora abandonar todas as acusações absurdas contra o jovem e retirar as condições impostas aquando da sua libertação, para que ele possa agora continuar com a sua vida”.

O responsável da Amnistia Internacional defende ainda que as “autoridades egípcias têm mais de dois anos de uma terrível injustiça para compensar e que devem começar por instaurar uma investigação à alegada tortura e outros maus-tratos sofridos por Mahmoud Hussein em detenção”. Para Said Boumedouha, o Egito deve ainda “libertar imediata e incondicionalmente todos os prisioneiros de consciência”.

A libertação de Mahmoud Hussein foi confirmada pelo tribunal na quinta-feira, 24 de março. O jovem foi visto a ser transportado para o julgamento, devido à deterioração do seu estado de saúde. O advogado solicitou a sua libertação imediata para que possa ser operado à perna.

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