11 Julho 2013

No Dia Mundial da População (11 de julho), as Nações Unidas põem em foco a gravidez na adolescência e a saúde sexual e reprodutiva, áreas que são também prioridade para a Amnistia Internacional.

“Entre as cerca de 16 milhões de adolescentes que dão à luz todos os anos, há demasiadas que nunca tiveram a oportunidade de planear a gravidez. As adolescentes enfrentam altos níveis de doenças, lesões e morte por aborto inseguro”, refere Ban Ki-moon, Secretário-geral das Nações Unidas. Os números falam por si: todos os dias, 800 mulheres morrem por causas relacionadas com a gravidez e o parto. Destas, 99% ocorrem em países em desenvolvimento.

A solução, refere o responsável máximo da organização, está na educação: “devemos proporcionar a todas as adolescentes, em idade adequada, educação abrangente sobre sexualidade. Isto é especialmente importante para o empoderamento das mulheres jovens, para poderem decidir quando e se desejam tornar-se mães”. É nesta possibilidade de escolha que deve ser dada às mulheres que se centra a campanha da Amnistia Internacional “My Body, My Rights”.

Todos os anos há gravidezes não desejadas, nascimentos não planeados e abortos realizados de forma insegura – que muitas vezes terminam em morte – porque ainda há Estados que interferem na saúde sexual e reprodutiva das mulheres. Em El Salvador, por exemplo, o aborto é proibido em todas as circunstâncias, o que pode ter consequências desastrosas.

No caso recente de Beatriz, que se tornou mediático, a jovem de 22 anos quase morreu porque a interrupção da gravidez que era essencial para lhe salvar a vida não podia ser feita (mesmo com o feto anencéfalo, sem qualquer possibilidade de sobrevivência à nascença). Só com forte pressão internacional o governo permitiu a cesariana que lhe salvou a vida. Porém, muitas outras mulheres ficam no anonimato e são colocadas em prisão, durante décadas, porque abortaram, por opção ou espontaneamente.

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