23 Maio 2014

Os advogados confirmaram à Amnistia Internacional que foi apresentado um recurso da condenação de uma sudanesa cristã condenada à morte pelas suas escolhas religiosas e ainda 100 chicotadas por “adultério”.
Meriam Yeya Ibrahim continua presa juntamente com o seu filho de 20 meses desde que foi condenada à morte por apostasia e a 100 chicotadas por adultério a 15 de maio. A sua condenação provocou declarações de preocupação na sociedade civil sudanesa, nas Nações Unidas e em governos por todo o mundo, assim como uma resposta excecional por parte dos ativistas da Amnistia: mais de 620.000 pessoas juntaram-se ao pedido de ajuda para a libertar.
 
“O apelo e a coragem desta jovem mãe grávida tocou claramente o mundo. Mais de 620.000 apoiantes da Amnistia Internacional atuaram para pedir a sua libertação imediata e incondicional”, afirma Manar Idriss, investigador da Amnistia Internacional para o Sudão.
 
“Desde a condenação, estamos extremamente preocupados com as condições da sua detenção e com o uso de formas cruéis e desumanas de imobilização. Recebemos relatos preocupantes de que tem os pés permanentemente acorrentados. As autoridades sudanesas devem garantir a segurança de Meriam e liberta-la imediata e incondicionalmente”. 
 
De acordo com informação recebida pelos seus advogados, desde a condenação Meriam, que está grávida de oito meses, está com correntes nos pés constantemente, uma prática comum aplicada a quem se encontra condenado à morte. Ela terá relatado aos seus advogados que as correntes são pesadas tornando qualquer movimento doloroso.
 
Os advogados apresentaram recurso junto do Tribunal de Apelos de Bahri e Sharq Al Nil no dia 22 de maio. Se o apelo não tiver êxito, tentarão outras vias e levarão o caso ao Supremo Tribunal do Sudão e ao Tribunal Constitucional.
 
“Congratulamos-mos com o facto de ter sido apresentado recurso, embora Meriam nunca devesse ter sido acusada e julgada. A Amnistia Internacional vai continuar a fazer campanha por Meriam. Temos esperança que com a atenção e apoio internacional e local esta condenação abjeta pode ser revertida”, afirma Manar Idriss. 
 
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