18 Janeiro 2017

A Amnistia Internacional reportou esta quarta-feira, 18 de janeiro, a diplomatas da embaixada norte-americana em Lisboa, a recolha de mais de 60 mil assinaturas só em Portugal na petição que insta o Presidente norte-americano, Barack Obama, a emitir um perdão presidencial a Edward Snowden, antes de terminar o seu mandato na Casa Branca, a 20 de janeiro.

Em visita à sede da AI Portugal, o conselheiro político da embaixada dos Estados Unidos em Lisboa, Gregory Macris (na foto), e a assessora para os Assuntos Políticos, Georgina Félix, receberam em mãos 814 assinaturas daquela petição, integrada na Maratona de Cartas de 2016. Outras 59 818 também recolhidas em Portugal tinham já seguido, por correio, na semana anterior para se juntarem às que cidadãos do mundo inteiro assinaram nos meses recentes e que foram entregues na Casa Branca – no total foram 1 101 252, numa iniciativa conjunta da Amnistia Internacional, da American Civil Liberties Union, da Human Rights Watch, da Demand Progress e da CREDO Action, no âmbito da campanha Pardon Snowden em que se integrou a ação a favor de Edward Snowden na Maratona de Cartas de 2016 da Amnistia Internacional.

Edward Snowden divulgou, em 2013, a alguns órgãos de comunicação social, uma série de documentos que tornaram conhecidos os programas de vigilância maciça e ilegal feita por agências de serviços secretos aos cidadãos em todo o mundo. A Amnistia Internacional considera, desde o início do caso, que Edward Snowden agiu no interesse público nessa denúncia de práticas ilegais pelo Estado e sustenta que ninguém deve ser acusado por revelar informações sobre violações de direitos humanos.

A Amnistia Internacional entende ainda que a revelação feita por Edward Snowden deu início a uma das maiores batalhas de direitos humanos do século XXI – sem ele, o mundo continuaria na ignorância sobre uma colossal invasão de privacidade, e, com o que ele fez, assistimos agora a um emergente movimento global que luta pelos direitos humanos online. Assim, e perante a acusação de “traição” com que Edward Snowden é visado nos Estados Unidos e a falta de garantias de lhe ser prestado um julgamento justo no país natal, a organização de direitos humanos defende que o Presidente Obama deve perdoá-lo antes de terminar o seu mandato.

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