12 Abril 2022

No passado dia 8 de abril, as autoridades russas encerraram os escritórios da Amnistia Internacional e de outras ONG internacionais. Em reação às notícias deste fecho, Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional, afirmou:

“O encerramento da Amnistia Internacional na Rússia é só o mais recente da extensa lista de organizações que têm sido punidas por defenderem os direitos humanos e exporem a verdade perante as autoridades russas. Num país onde dezenas de ativistas e dissidentes foram presos, mortos ou exilados, onde meios de comunicação social independentes foram difamados, bloqueados ou forçados a auto-censura, e onde organizações da sociedade civil foram ilegalizadas ou liquidadas, quem o Kremlin está a tentar silenciar deve estar a fazer algo correto”.

“As autoridades estão profundamente enganadas se acreditam que, ao encerrarem o nosso escritório em Moscovo, irão travar o nosso trabalho de documentação e de denúncia de violações de direitos humanos”

Agnès Callamard

“As autoridades estão profundamente enganadas se acreditam que, ao encerrarem o nosso escritório em Moscovo, irão travar o nosso trabalho de documentação e de denúncia de violações de direitos humanos. Prosseguiremos o nosso trabalho, com empenho, para assegurar que as pessoas na Rússia podem usufruir dos seus direitos humanos sem discriminação. Duplicaremos os nossos esforços para expor as graves violações de direitos humanos da Rússia, que ocorrem tanto no seu país como fora dele”.

“Nunca deixaremos de lutar pela libertação dos prisioneiros de consciência injustamente detidos por defenderem os direitos humanos. Continuaremos a defender a capacidade do jornalismo independente para relatar factos reais, livres da intervenção do governo russo”

Agnès Callamard

“Nunca deixaremos de lutar pela libertação dos prisioneiros de consciência injustamente detidos por defenderem os direitos humanos. Continuaremos a defender a capacidade do jornalismo independente para relatar factos reais, livres da intervenção do governo russo. De igual modo, trabalharemos incansavelmente para assegurar que todos aqueles que são responsáveis por cometer graves violações dos direitos humanos, seja na Rússia, na Ucrânia ou na Síria, enfrentem a justiça. Dito de forma simples, nunca desistiremos”.

“Dito de forma simples, nunca desistiremos”

Agnès Callamard

 

Contexto

A 8 de abril, o Ministério da Justiça russo excluiu o escritório da Amnistia Internacional em Moscovo da lista dos escritórios de representação das organizações internacionais e ONG estrangeiras, encerrando definitiva e simultaneamente os escritórios da Human Rights Watch, Carnegie Endowment for International Peace, Friedrich Naumann Foundation for Freedom, Friedrich Ebert Foundation e outras organizações. Esta decisão decisão foi tomada devido à “descoberta de violações da legislação russa”.

A 11 de março, a entidade reguladora dos meios de comunicação social da Rússia tinha já bloqueado o acesso ao site da Amnistia Internacional em língua russa.

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