24 Novembro 2008

A Amnistia Internacional congratula a Comissão de Inquérito Parlamentar do Rio de Janeiro pela sua investigação sobre a crescente actividade das milícias naquela cidade e pela finalização de um relatório que, representando um grande risco pessoal para os inquiridores, é um passo fundamental na luta contra estas organizações. A Amnistia Internacional apela as autoridades que sigam as recomendações do relatório, investigando as denúncias feitas contra 200 indivíduos, nomeadamente polícias, guardas prisionais, políticos e homens de negócios, suspeitos de envolvimento com as milícias. As recomendações incluem a criação de um corpo independente dedicado a estas investigações que abrangem as práticas de corrupção eleitoral e o crime organizado.

Nos últimos anos as milícias constituídas por polícias, bombeiros e soldados fora de serviço, tomaram controlo de cerca de 170 comunidades no Rio de Janeiro. Semelhantes a uma máfia, as suas operações consistem em cobrar “taxas de segurança”, controlar os serviços fundamentais à comunidade, nomeadamente no sector dos transportes e gás, enquanto a possibilidade de denúncia é silenciada com intimidações e violência. É também através de ligações a estas milícias que deputados asseguram os seus votos e limitam o número de concorrentes aos cargos. Pelo menos 70 funcionários públicos foram vítimas de ameaças por parte das milícias, incluindo juízes e polícias.

Artigos Relacionados