28 Agosto 2012

Maio de 2010
“Queria agradecer aos membros da Amnistia Internacional que tanto fizeram por mim e pela minha família. A vossa organização é generosa, pois não esquece nenhum prisioneiro perdido. Tive sorte em vir para casa. Muitos outros foram condenados em julgamentos injustos e continuam presos”, disse o palestiniano Saed Yassin, hoje com 37 anos, ao regressar a casa, nos territórios ocupados da Cisjordânia, após um martírio de mais de quatro anos.

A história de Saed remonta a 6 de Março de 2006, quando foi preso pelas forças israelitas e levado para a prisão de Ketziot, em Israel. Sem qualquer julgamento, foi condenado a seis meses de detenção por “canalizar fundos de forma ilegal”. Este era apenas o início de um longo período de prisão, possível graças à figura jurídica das “detenções administrativas”, que podem ser decretadas sem direito a processo judicial.
Estas ordens, cada uma de seis meses, foram consecutivamente interpostas até 14 de Janeiro de 2010, quando o Supremo Tribunal Palestiniano decretou a libertação do prisioneiro, por estar a ser mantido preso ilegalmente. Saed foi então presente a Tribunal Militar – que não deveria julgar civis – a 28 de Fevereiro e absolvido dos crimes de: “apoio a milícias” e “oposição às políticas da autoridade”. Nesse mesmo dia foi libertado. Durante todo o tempo, a mulher de Saed, Manar, só o pôde visitar raramente, não pelos seus três filhos pequenos a impedirem de viajar, mas porque entrar em território israelita exige uma autorização difícil de obter.
Refira-se ainda que Saed voltou a ser preso em Abril deste ano, uma vez mais sem qualquer acusação, tendo sido entretanto libertado no passado mês de Maio. Acredita-se agora que o martírio vivido por Saed e pela sua família tenha chegado ao fim, muito graças à pressão feita pelos membros da Amnistia Internacional. Tudo aquilo por que passou parece ter na base a organização não-governamental da qual era Diretor em 2006, Ansar al-Sajeen (Associação dos Amigos dos Prisioneiros), que prestava assistência a prisioneiros palestinianos. Foi mandada encerrar em Setembro de 2006 pelas forças israelitas, estava já Saed na prisão.
A boa notícia é que o defensor dos Direitos Humanos está novamente em paz!

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