12 Maio 2017

Os telejornais abrem todos os dias com informações chocantes e dão conta de ataques, guerras, ódios. Mas para quem promove e defende os direitos humanos, nos primeiros meses de 2017 houve também muitas boas notícias. Reunimos aqui 5 que julgamos serem inspiradoras e que não pode mesmo deixar de ler.

1. Chelsea Manning a poucos dias de sair em liberdade

“A liberdade era só um sonho e difícil de imaginar. Agora está aqui! Vocês mantiveram-me viva”. A citação é de Chelsea Manning e foi posta no Twitter no passado dia 9 de maio. A ex-analista de dados militar foi condenada a 35 anos de prisão de máxima segurança por ter revelado publicamente informação classificada como secreta. A 17 de maio Chelsea Manning sai em liberdade.

1.101.252 foi o número de petições assinadas por cidadãos do mundo inteiro que foram entregues na Casa Branca pedindo a Barack Obama, então Presidente dos Estados Unidos da América, liberdade para a ex-analista. A poucos dias de terminar o mandato, Obama fez o que estava a ser pedido: a pena foi comutada e Chelsea Manning vai finalmente ser liberta.

2. Alan e Gyan conseguiram o autógrafo de Cristiano Ronaldo

Quando a 12 de abril o Bayern de Munique jogou com o Real Madrid, na bancada estavam dois adeptos muito especiais: os irmãos Alan e Gyan. A boa notícia vai muito para além do jogo de futebol. Para estarem nas bancadas do estádio, os dois irmãos que vivem em cadeiras de rodas devido a uma atrofia muscular tiveram de sobreviver ao perigoso caminho entre a Síria e a Alemanha.

Dois anos foi o tempo que demoraram a fugir à guerra na Síria e a chegar à Grécia, onde uma equipa da Amnistia Internacional os conheceu pela primeira vez. A equipa esteve também com os dois pouco depois, quando realizaram o sonho de se reunirem com o pai na Alemanha. Já quando foram conhecer Cristiano Ronaldo, a Amnistia Internacional voltou a estar presente para registar o momento, na imagem que abre este artigo.

3. Salar Shadizadi não foi executado

Aos 25 anos Salar Shadizadi está livre. Passou uma década numa prisão no norte do Irão e quase foi executado. A condenação à morte foi anunciada em dezembro de 2007, quando Salar assassinou acidentalmente um amigo de infância. Tinha 15 anos quando os dois estavam a fazer um jogo à noite que terminou da pior maneira.

Milhares de pessoas assinaram a petição por Salar Shadizadi e participaram nas Ações Urgentes que foram sendo emitidas quando esteve prestes a ser executado. Muitas vezes foi no último minuto que o conseguiram salvar. Em fevereiro deste ano a família da vítima aceitou perdoá-lo e a 25 de abril o jovem foi posto em

4. Sara Beltran Hernandez libertada e a receber tratamento médico

“Quero agradecer aos ativistas da Amnistia Internacional por me terem ajudado. Agradeço muito o vosso apoio. As vossas ações fizeram a diferença. Graças a vocês posso receber os cuidados médicos que preciso e juntar-me à minha família”. Foi assim que Sara Beltran Hernandez, de 26 anos e mãe de duas crianças, agradeceu às milhares de pessoas que assinaram a petição em seu nome e que bloquearam os telefones dos serviços de imigração norte-americanos.

Sara era vítima de violência doméstica no seu país, El Salvador, e terá recebido ameaças de morte por parte de gangues. Por tudo isso fugiu para os Estados Unidos da América. Ficou detida no Texas pelos serviços de imigração durante 15 meses e precisava urgentemente de cuidados médicos devido a um tumor no cérebro entretanto diagnosticado. Graças à pressão de milhares de ativistas, Sara vive agora em Nova Iorque com a família enquanto o seu requerimento de asilo é avaliado.

5. Máxima Acuña poupada a um julgamento injusto

Este mês de maio o Supremo Tribunal do Peru pôs fim a um julgamento no qual a defensora de direitos humanos Máxima Acuña Atalaya era acusada, sem qualquer fundamento, de invasão de terra. O caso decorria há cinco anos.

“Muitos ativistas ambientais no Peru têm sido acusados em processos judiciais infundados que visam impedir que continuem o seu trabalho legítimo de defender os direitos humanos, esgotando as suas forças físicas e emocionais e os seus recursos já de si limitados”, explica a diretora da Amnistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas.

Em fevereiro uma delegação da Amnistia Internacional tinha visitado a ativista e entregue 150.000 mensagens de apoio e de solidariedade recolhidas em todo o mundo. É esse o momento que ficou registado nesta fotografia.

 

Estas 5 boas notícias só se tornaram realidade porque milhares de ativistas contrariaram a tendência de governos que, em vários países do mundo, negligenciam as suas responsabilidades de promoção e defesa dos direitos humanos e continuam a criar uma cultura de “nós contra eles”, alimentada pela culpabilização, pelo ódio e pelo medo.

Na Amnistia Internacional continuamos a defender os direitos humanos. Aos pedidos de divisão respondemos com união e às mensagens de ódio com amor. Obrigado a todos os ativistas que nos têm ajudado a tornar o mundo melhor. Se também quer fazer parte deste movimento, junte-se a nós!

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