23 Junho 2021

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a Amnistia Internacional – Portugal com o título de Membro Honorário da Ordem da Liberdade, pelo seu trabalho na defesa dos Direitos Humanos. As insígnias foram entregues a 21 de junho, numa cerimónia restrita devido à situação de pandemia que vivemos atualmente.

A Presidência Portuguesa, no seu website, refere-se a esta condecoração como “uma homenagem e o reconhecimento das grandes causas da Amnistia Internacional em Portugal, nomeadamente os direitos sociais, económicos e culturais, a luta contra o racismo e xenofobia e os direitos dos refugiados enquanto grandes causas dos Direitos Humanos em que Portugal está igualmente empenhado”.

Este gesto dá-nos alento para continuarmos. Quanto mais reconhecidos formos, maior a necessidade de sermos mais humildes e – em continuado esforço – prosseguirmos focados e resilientes até que a nossa visão se cumpra: um mundo onde todas as pessoas usufruam em pleno dos Direitos Humanos.

Ao Presidente da República, manifestamos a nossa gratidão pelo reconhecimento da relevância do nosso trabalho.

Aqui reconhecidos, em outros países, perseguidos.

Se em Portugal podemos celebrar iniciativas e momentos como este, sabemos que o mesmo ainda é impensável em outros pontos do globo. Não obstante esse e outros desafios, continuamos resilientes e, sempre, independentes.

A Amnistia Internacional é um movimento feito de pessoas, para pessoas. Somos mais de 10 milhões em todo o mundo e destes, 15 mil apoiantes e membros em Portugal, contando ainda com mais de 120.000 ativistas que participam nas nossas ações. A todas as pessoas que, de alguma forma, colaboram, apoiam e se reveem nos valores e na missão da Amnistia Internacional, pedimos que celebrem a coragem e que se inspirem nesta condecoração da Ordem da Liberdade! Sigamos em frente, com redobrado ânimo, em defesa de um mundo melhor, mais justo, mais humano, mantendo bem presente a ideia de que somos, à medida das nossas capacidades, mensageiros das pessoas que sofrem violações de direitos humanos e interlocutores para soluções que as respeitem.

À mesma hora a que a organização era condecorada, houve pessoas a serem desalojadas. À mesma hora, houve pessoas sem acesso adequado à saúde, à alimentação, à água potável. Houve pessoas a serem discriminadas por motivos de racismo, de etnia, de género, xenofobia, orientação sexual, religião. À mesma hora, famílias tiveram de abandonar tudo o que conheciam em mais uma migração forçada, por terra e por mar, à procura de refúgio e à mercê de demasiados riscos. À mesma hora, ativistas, defensores de direitos humanos, dissidentes políticos e jornalistas foram perseguidos por fazerem o seu trabalho.

À mesma hora da condecoração, o mundo não parou e os atropelos aos direitos humanos continuaram, tal como continuam hoje, agora. É por isso que o nosso trabalho é tão urgente e é por isso que temos de continuar, cada vez mais resilientes.

Continuemos os serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade. Renovamos o nosso apelo: junte-se a nós neste trabalho.

 

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