27 Agosto 2012

Fevereiro de 2009

Na edição de Setembro do “Notícias da Amnistia Internacional Portugal” foi lançado um Apelo Mundial em nome de Binyam Mohamed, um etíope de cidadania inglesa, com 30 anos de idade, detido nas instalações norte-americanas de Guantánamo desde 2004, por alegadamente conspirar com a Al Qaeda e apoiar materialmente o terrorismo. A boa notícia, da libertação de Binyam, chegou a 23 de Fevereiro, quando aterrou no aeroporto da força aérea britânica de Norholt.

Recorde-se que o etíope foi sistematicamente torturado e privado de vários outros direitos humanos, razão pela qual, à chegada a Inglaterra, não conseguiu enfrentar a comunicação social. Não quis deixar, no entanto, de expressar a sua gratidão a todas as pessoas que apelaram em seu nome, numa carta divulgada pelo seu advogado. “Eu sei que não estaria de regresso a casa, no Reino Unido, se não fosse pelo apoio de todos. Na verdade, não estaria vivo sequer”.
Acrescenta, contudo, que não esquece as torturas de que foi alvo. “Passei por uma experiência que nunca esperei encontrar nem nos meus pesadelos mais sombrios”. Sente, por isso, que tem o dever de assegurar que o mesmo não acontece a mais ninguém. “Não estou a pedir vingança; apenas que a verdade seja conhecida, para que mais ninguém no futuro tenha que suportar o que eu suportei”. A Amnistia Internacional pede agora ao governo britânico que investigue as acusações de maus tratos a Binyam Mohamed e a outros detidos de Guantánamo.
No momento da libertação, foram recordados os 240 prisioneiros que continuam em Guantánamo, muitos deles inocentes como Binyam. No seu caso, conseguimos fazer justiça. Obrigada a todos os que enviaram apelos em seu nome. As vossas cartas fizeram toda a diferença!

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