SÓ HÁ UM CAMINHO A SEGUIR: O DA SOLIDARIEDADE PARA COM TODAS AS PESSOAS QUE PROCURAM UM LUGAR SEGURO PARA VIVER

 

Ao longo dos últimos anos, ninguém ficou indiferente à situação de milhões de pessoas em todo o mundo. Diariamente, testemunhámos como muitas foram obrigadas a tomar a decisão mais difícil de todas em busca de um lugar seguro para viver: deixar o passado para atrás, e arriscar tudo. Estas migrações forçadas traduzem-se, atualmente, na existência de cerca de 80 milhões de pessoas que foram obrigadas a fugir das suas casas, das quais mais de 26 milhões são refugiados e mais de 4 milhões são requerentes de asilo.

Não podemos esquecer tudo o que já vimos, até porque sabemos que continua a acontecer e por uma razão: assistimos à maior crise de solidariedade para com refugiados, requerentes de asilo e migrantes. Assistimos ao encerramento e fortificação de fronteiras, à criminalização de quem ajuda a salvar vidas no mar e em terra, a acordos com países terceiros onde os direitos humanos não são respeitados e à proliferação de discursos de ódio e xenofobia. E tudo isto que hoje sabemos, não podemos ignorar.

Mas há um outro caminho possível e contamos consigo para o fazer connosco.

Agir

No dia 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, organizaremos uma vigília em Lisboa, junto à Praça Europa para entregar os milhares de assinaturas do manifesto “Eu Acolho”.

Na mesma data, em  Leiria, São Miguel, Viana do Castelo e Viseu, irão decorrer também outras vigílias, organizadas pelos diferentes grupos locais da Amnistia Internacional, com o intuito de aumentar a sensibilização para esta questão de direitos humanos de milhares refugiados e requerentes de asilo.

Contudo, atentando ao atual contexto de pandemia, não o/a convocamos para estar presente fisicamente, mas de um outro modo:

1. Assine o manifesto “Eu Acolho”

De forma simbólica, serão acesas velas em representação das pessoas que assinaram este Manifesto. Pretendemos entregar 15 mil assinaturas, pelo que contamos acender 1500 velas. Pode consultar aqui o nosso apelo na íntegra.

2. Queremos criar uma onda de solidariedade

Queremos que o maior número possível de pessoas demonstre a sua solidariedade com quem procura uma oportunidade para ser feliz e viver num local seguro. Como não podemos estar todos juntos fisicamente, pedimos-lhe que escreva #EuAcolho numa folha e se fotografe segurando essa mensagem, ou com outra frase de solidariedade para com os refugiados e requerentes de asilo. Depois, partilhe a fotografia nas suas redes sociais e, na descrição, marque a @amnistiapt e use #EuAcolho para que possamos encontrar a sua publicação. Iremos partilhar todas as que forem publicadas dessa forma e criar um mural, visível em todo o mundo.

3. Acompanhe a transmissão em direto no nosso Instagram

Esta é uma boa oportunidade para nos seguir nas redes sociais. Siga @amnistiapt e acompanhe todos os momentos desta ação ao longo do dia 20 de junho.

4. Entrega das assinaturas do manifesto

O manifesto é dirigido a António Costa, primeiro-ministro de Portugal. Por esse motivo,  convidámo-lo a estar presente para receber as assinaturas do manifesto, estendendo igualmente o convite a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa; a Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros; a Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna; e aos vários grupos parlamentares, entre outros.

Defender a solidariedade e a justiça

Em vésperas de final do mandato da presidência portuguesa da União Europeia, e numa altura em que se discute um novo pacto de migração e asilo para a Europa, continua a faltar uma resposta concertada e soluções adequadas para o acolhimento de refugiados e requerentes de asilo. Onde estão os mecanismos condicentes com os compromissos que, esta mesma Europa, assumiu à luz do Direito Internacional e dos direitos humanos?

“Apesar de os países se terem vinculado a compromissos internacionais em matéria de direitos humanos – em especial no que respeita à migração e prestação de asilo – os estados têm falhado consistentemente na proteção das pessoas, no cumprimento das suas obrigações para com o mundo. As respostas que têm sido dadas não são suficientes. A dignidade dos migrantes, dos requerentes de asilo e dos refugiados não tem sido garantida, e a sua integração não se tem revelado uma prioridade para os decisores.”

Pedro A. Neto, diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal

Junte o seu nome ao manifesto e garanta que os líderes políticos recebem a nossa mensagem em defesa da solidariedade e da justiça para com todos refugiados e requerentes de asilo.

Queremos políticas e mecanismos de migração e de asilo europeias que respeitem os direitos humanos, com processos de acolhimento céleres e eficientes, a partilha de responsabilidade entre todos os Estados da UE e uma integração efetiva das pessoas nas sociedades que as acolhem.

“A falta de respostas da União Europeia para os fluxos migratórios da última década tem, erradamente, sido referida como a ‘maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial’. Devemos ter muito presente que a crise não é de refugiados. A crise é de solidariedade, de liderança e de capacidade de criação de políticas e mecanismos que cumpram o direito internacional humanitário.”

Pedro A. Neto, diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal

Mais informações

A Amnistia Internacional trabalha a questão dos direitos humanos de refugiados e migrantes há várias décadas. Ajuda a prevenir que refugiados sejam deportados para serem julgados, atua para que os seus direitos sejam respeitados e protege os migrantes mais vulneráveis de serem explorados e abusados por entidades patronais, traficantes e contrabandistas. Um dos exemplos mais recentes de trabalho desenvolvido nesta área, é a campanha global “Eu Acolho”, que deu o nome ao manifesto.

Com esta vigília, a Amnistia Internacional renova a sua profunda preocupação com as condições que os refugiados enfrentam na UE, depois da sua longa e perigosa travessia em busca de segurança numa Europa que tem falhado em atribuí-la. É necessário criar mais pontes e derrubar os muros de ódio, preconceito e obstáculos burocráticos.

Mais sobre os direitos humanos de refugiados e requerentes de asilo

Ler

Destacamos algumas notícias e relatórios de investigação publicados pela Amnistia Internacional sobre direitos humanos de refugiados e requerentes de asilo, ao longo do último ano:

  • União Europeia: Novo Pacto sobre a Migração e o Asilo é uma falsa partida. Mais informação disponível aqui.
  • EUA e México deportam milhares de crianças migrantes desacompanhadas. Mais informação disponível aqui.
  • Dinamarca: Regresso forçado de refugiados à zona de guerra síria. Mais informação disponível aqui.
  • Líbano: Tortura de refugiados sírios arbitrariamente detidos sob acusações de contraterrorismo. Mais informação disponível aqui.
  • Croácia: Cumplicidade europeia na violência contra migrantes e refugiados nas fronteiras vai ser investigada. Mais informação disponível aqui.
  • Falta de serviços de saúde mental para refugiados é um problema global. Mais informação disponível aqui.
  • Líbia: Novas provas mostram refugiados e migrantes aprisionados em ciclo arrepiante de abusos. Mais informação disponível aqui.
  • Malta: Táticas ilegais expõem refugiados e migrantes a sofrimento no Mediterrâneo Central. Mais informação disponível aqui.
  • O drama dos refugiados rohingya. Mais informação disponível aqui.