Obrigado por estar connosco nesta missão a Angola.

Nesta página pode ler o Diário que o nosso diretor-executivo está a escrever sobre esta missão, com o que está a sentir e a viver a equipa que está no terreno. Em cada dia colocamos o Diário de Pedro Neto e as mensagens que já lhe enviámos por WhatsApp. Assim continuamos juntos e juntas.

 

3 NOV


3 de novembro 14:00 Lubango

Boa noite,

Terminou a nossa missão ao sul de Angola, mas não o nosso trabalho para que as pessoas do Lubango recuperem as terras onde sempre viveram e das quais dependem para sobreviver.

Desta viagem trazemos muitas memórias. Algumas em forma de tristeza e coração apertado, com a fome e a ganância que vimos existirem. Mas sobretudo o que nos fica são os sorrisos e o carinho com que fomos acolhidos por todas as pessoas que encontrámos.

Este é um ancião que fotografámos quando lá estivemos e a quem mostrámos a fotografia. Começou a rir, muito! Disse-nos que estava mais velho… Nunca se tinha visto com a barba já branca. Nós respondemos-lhe que estava, sobretudo, mais sábio.

Esperamos que esta missão tenha contribuído para lhe dar a conhecer o que ainda acontece em algumas regiões do mundo.

Esperamos também que ela lhe dê força para querer fazer mais connosco, para tentar mudar o mundo, porque cada um de nós tem muito mais poder do que imagina. ?

Deixamos mais uma imagem, do sorriso tímido de uma menina. É por ela, por todas as crianças, mulheres e homens que encontrámos nesta missão, que não podemos deixar de lutar.

E a luta vai continuar. Nos dias 5, 6 e 7 de dezembro vai acontecer em Lisboa a segunda edição do Fórum da Coragem, inteiramente dedicada aos direitos humanos em África.

Mesmo que não saiba ainda se pode vir, subscreva as informações para ficar a par de todas as novidades. Pode fazê-lo aqui: https://www.amnistia.pt/forumcoragem/

As pessoas com quem falámos nesta missão sabem que não ficou indiferente à história delas e sabem que está de olho nelas e que jamais as esquecerá.

Continue connosco,

A Amnistia Internacional – Portugal

 

2 NOV


2 de novembro 16:00 Lubango

Olá uma vez mais,

Esperamos que já esteja com saudades da nossa missão ao sul de Angola. Saber que tínhamos alguém sempre connosco, foi para nós muito importante.

Pelas saudades que aquela terra nos deixa e que esperamos também a si, resolvemos hoje enviar mais algumas fotografias.

Este foi um momento decisivo sobre o nosso trabalho. Foi o momento em que o devolvemos às pessoas por quem trabalhámos.

Foi nesta altura que adultos e crianças das comunidades das quais falamos no nosso relatório viram pela primeira vez o resultado de todo o trabalho feito. Viram o relatório, viram as fotografias e viram o vídeo de apresentação do mesmo.

Na terceira fotografia, ao centro, de colar verde e amarelo, está a Sra. Tynthokele Vihemba, que se emocionou quando estava a dar o seu testemunho para a nossa equipa.

No vídeo, ela conta que a sua casa começou a ser destruída quando a sua filha ainda estava lá dentro. Ficou também sem a sua plantação de milho. O marido acabou por falecer com um ataque de coração… “Foi da tristeza”, diz-nos.

Para si, lançamos aqui o vídeo do relatório:

Se ainda não conseguiu ver as conclusões do relatório e o que precisa de ser feito para mudar a realidade destas pessoas, veja aqui: https://www.amnistia.pt/angola-desvio-de-terras-coloca-em-perigo-milhares-de-pessoas-no-sul-do-pais/

Obrigado uma vez mais por nos seguir.

 

1 NOV


1 de novembro 12:00 Lubango

Olá,

Já chegámos a casa, com o sentimento de missão cumprida na sua primeira etapa.

Agora começará outra e, em jeito de resumo e de próximos passos, enviamos um pequeno vídeo que fizemos à conversa com a Cecília, da associação local ACC, e que resume bem esta nossa missão que acompanhou de tão perto…

Em nosso nome, em nome dela, em nome destas comunidades: Tuapandula!

 

31 OUT


31 de outubro 17:00 Lubango

Boa tarde,

Segue uma imagem deste que está a ser o último dia no sul de Angola.

As dores de cansaço são muitas… mas a alma está tão preenchida quanto o corpo cansado. Cada quilómetro percorrido, cada vida com que nos cruzámos, cada sinal de alegria e esperança que vimos, faz-nos perceber que todos os sacrifícios valem a pena.

Voltamos a escrever-lhe logo à noite.

Até já… Lubango.

31 de outubro 21:00 Lubango

Boa noite,

Já estamos quase no avião de regresso a Portugal e aqui sentados nestas horas de espera, recordamos invariavelmente alguns momentos que testemunhámos e vivemos. Lembramo-nos de duas meninas que vieram ao nosso encontro à chegada à comunidade de Tchiapepe.

Vinham a pé, picada fora, para se certificarem de que não nos perdíamos nos caminhos de areia do mato. Caminharam alguns quilómetros para o gesto simples de nos acolher. No regresso, fizeram connosco o caminho no jipe.

Deixamos a fotografia delas…

Que saibamos lembrar todos os dias que na vida há sempre lugar para o acolhimento, há sempre lugar para mais alguém.

Até já!

31 de outubro 22:47 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “O fim do paraíso do gado”

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30 OUT


30 de outubro 14:00 Lubango

Contaram-nos que há alguns anos existia aqui um contentor, onde prendiam e torturavam os sobas (os chefes) e outras pessoas das comunidades que não acatassem a ordem de sair das terras comunitárias, ou que não seguissem as “indicações” e “acordos” que os usurpadores diziam existir.

A ocupação de grande parte do Vale do Chimbolela, por criadores comerciais de gado, começou no fim da guerra civil, em 2002, e manteve-se por muitos anos.

Ainda há bem pouco tempo um gerente de uma fazenda pôs fogo a uma área com capim verde, dentro da própria fazenda que geria, para impedir que os pastores levassem para lá o gado. O fogo descontrolou-se e queimou uma área enorme, que ainda hoje conseguimos ver ardida.

Esta terra chega para todos. Porquê tanta ganância?!..

Apesar da tristeza, não estamos aqui para chorar desgraças. Viemos pela esperança, com a convicção de que em breve tudo estará melhor! Custa-nos imaginar que um sítio tão bonito seja palco de tudo isto que lhe temos contado..

Até já!

30 de outubro 22:00 Lubango

Boa noite,

Já sabe, muito provavelmente, que o trabalho da Amnistia Internacional se centra sobretudo na investigação, na advocacia e nas campanhas de pressão pública, para que violações de direitos humanos deixem de existir e o mundo passe da promessa à realidade em que acreditamos.

Mas além deste que é o nosso foco, não podemos ficar indiferentes às situações de emergência que vivem as pessoas por quem trabalhamos. E é uma emergência que se vive no sul de Angola, onde vimos pessoas a passar fome.

É para situações como esta que temos um projeto específico que se chama “relief fund”, que contempla ações e fundos para apoio mais imediato e de emergência. Com ele, hoje levámos fuba, sal, feijão, arroz e outros alimentos importantes às comunidades locais.

Tratando-se de assistência de emergência para aliviar o sofrimento destas pessoas, ela não é, nem pode substituir, a solução definitiva. Agora focamo-nos na medida que pode alterar de uma vez por todas a sua vida: o acesso às terras onde sempre viveram (ocupadas hoje por fazendas particulares que usurparam as terras comunitárias).

Se ainda não viu a petição que lançámos, assine agora e ajude-nos a recolher centenas de assinaturas: https://www.amnistia.pt/peticao/milhares-de-pessoas-em-risco-de-vida-no-sul-de-angola/

Obrigado uma vez mais por estar desse lado e até amanhã!

30 de outubro 23:00 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Quando as mulheres se erguem”

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29 OUT


29 de outubro 13:50 Lubango

Bom dia,

Para chegarmos à comunidade de Kampanda, seguimos por estradas de areia e terra, por entre corredores estreitos de passagem dentro das fazendas. Para lá chegar, desde a estrada que liga a Lubango, temos de atravessar 3 fazendas.

As mesmas fazendas que se instalaram de forma duvidosa e envolveram e usurparam as terras comunitárias à volta das casas da comunidade local. Isso fez com que Kampanda ficasse completamente encurralada. Para lá chegar ou para de lá sair, só mesmo atravessando fazendas, o que limita muito o acesso de pessoas, gado e bens.

Este foi o vídeo que gravámos quando fomos mostrar à comunidade o relatório que fizemos sobre elas.

Obrigado por continuar a acompanhar esta missão e por ajudar estas pessoas fazendo com que o mundo as ouça!! ?

29 de outubro 21:00 Lubango

Boa noite,

É assim que se vive no sul de Angola…

Este é um lago, hoje completamente seco. Já foi bebedouro para o gado e fonte de água para as comunidades que se foram instalando aqui perto. Onde há água, há vida!

Agora, para encontrar a água que está subterrânea, os pastores cavam poços no fundo do leito seco. A estes poços chamam “cacimbas”. É daqui que içam a água para dar de beber ao gado e para consumo das comunidades, para beberem, cozinharem e demais necessidades.

Esta foi uma das “cacimbas” que vimos e que estão sempre assim protegidas com ramos de árvores, para que crianças e os animais não caiam lá. Quando não está ninguém a tirar água, há sempre muitas aves por ali que aproveitam os ramos para beber água.

São as crianças que ajudam as mães na tarefa de ir buscar água às “cacimbas”. A rapariga do lado direito é uma das muitas que encontrámos, com o lenço na cabeça para ajudar a equilibrar a água, enquanto leva o irmão mais pequeno às costas.

O trabalho de todas as crianças do mundo devia ser ir à escola e brincar aprendendo, tão apenas e só.

Até amanhã…

29 de outubro 22:46 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Pagar renda por uma terra que é de todas as pessoas”

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28 OUT


28 de outubro 14:00 Lubango

Boa tarde,

Hoje acordámos com boas notícias. Já nos chegou a informação de que por Portugal as notícias começam a ajudar-nos a dar voz a estas comunidades aqui do sul de Angola. Estamos esperançosos…

Se ainda não conseguiram ver ou ouvir, aqui fica a notícia da Antena 1:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/amnistia-internacional-constata-fome-no-sul-de-angola_a1181977

E também a da TSF:
https://www.tsf.pt/mundo/sobrevivencia-em-risco-amnistia-internacional-denuncia-fome-no-sul-de-angola-11453571.html

Vamos continuar a recolher mais imagens. Mais logo voltamos a escrever-lhe.

28 de outubro 21:00 Lubango


Olá uma vez mais,

Não é de ânimo leve que lhe enviamos estas imagens hoje, sobretudo quando estará quase a ir dormir.

Temos tido muitas reticências em partilhar algumas das fotografias que recolhemos e temos de ser sinceros consigo: algumas não vamos divulgar.

Não queremos mostrar ou explorar imagens chocantes, ainda que possam ser importantes para explicar o que se passa. A dignidade humana é muito importante. E se bem que não haja nada de indigno na situação extrema que vimos – há muito mais de heroico -, sabemos que não precisamos de chocar para que perceba a gravidade da situação.

O que está a acontecer no Vale dos Gambos é muito sério e grave.

Os fazendeiros têm de perceber que por causa da usurpação de terras há milhares de pessoas a sofrer. Hoje voltamos a pedir-lhe que assine a petição e partilhe. Acreditamos que fará a diferença.

Petição: https://www.amnistia.pt/peticao/milhares-de-pessoas-em-risco-de-vida-no-sul-de-angola/ Obrigado por estar connosco nestes momentos difíceis. Até amanhã…

28 de outubro 23:05 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “A terra dos Mugambues”

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27 OUT


27 de outubro 21:00 Lubango

Boa noite,

São estradas sem fim as que atravessam toda a região da Tunda dos Gambos. É aqui que empresas mineiras exploram granito.

Dizem-nos que uma empresa portuguesa compra aqui granito e exporta para o Dubai. Vamos tentar saber mais sobre isto.

Para as comunidades locais, que sempre dependeram da terra para sobreviver, não há contrapartidas.

Uma e outra vez vemos sempre a mesma situação. As terras de quem sempre viveu delas são exploradas e para as populações não fica nada. E estas ficam assim, sem solução, à mercê da pobreza extrema e de tudo o que ela traz consigo.

Serão as empresas que não contribuem? Serão as administrações locais que não aplicam os fundos?

No regresso vimos uma das maiores fazendas da região, que tem até uma pista para aterragem para aviões. Contrastes…

Amanhã contamos mais e obrigado por continuarem a acompanhar esta missão.

27 de outubro 22:36 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Fome, ainda?”

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26 OUT


26 de outubro 21:40 Lubango

Boa noite,

Só agora voltamos a escrever-lhe, porque os dias têm sido passados no Vale dos Gambos, no sul de Angola, o local onde foi feito o nosso último relatório.

É uma região fértil, mas as fontes de água ficaram nas terras que foram usurpadas e entregues a fazendeiros. Para as comunidades locais ficaram zonas como esta, na fotografia. É um lago, seco, sem uma gota de água.

Oxalá a chuva venha depressa para aliviar o sofrimento destas pessoas e dos seus animais: o gado, que lhes dá vida.

Deixo-vos por hoje só mais esta imagem, porque o cansaço é grande. Foi um momento incrível quando a Cecília, da Associação Construir Comunidades, mostrou às pessoas das comunidades locais o nosso relatório, no qual participaram.

É sobre elas este trabalho.

Contámos-lhes como foi o lançamento do relatório, em Luanda, e os ecos que teve pelo mundo. É comovente ver o nosso trabalho a chegar aos seus protagonistas.

Uma boa noite e se ainda não viu o relatório, pode ler aqui: https://www.amnistia.pt/angola-desvio-de-terras-coloca-em-perigo-milhares-de-pessoas-no-sul-do-pais/

Até amanhã

 

25 OUT


25 de outubro 14:00 Lubango


Hoje o dia é de expectativa, pois começámos os preparativos e logística para depois podermos ir ter com as pessoas das comunidades afetadas e conhecer melhor a real dimensão do problema.

Essa será uma das fases mais importantes da nossa missão e precisamos que nos ajude a partilhar estas histórias. Quantas mais pessoas estiverem connosco, mais impacto poderemos ter.

Por isso, pedimos-lhe que convide os seus familiares e amigos para também se juntarem a esta missão.

Obrigado!!!

25 de outubro 23:43 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Estradas sem fim”

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24 OUT


24 de outubro 14:00 Lubango

Bom dia,

Hoje passámos os últimos minutos em Luanda e partimos para o Lubango, onde fica o Vale dos Gambos – e as comunidades que nos trouxeram cá.

Aqui vos deixamos um vídeo, para vos dizer olá aqui de Angola, porque estamos e continuamos juntos e juntas.

Até já!!!

24 de outubro 18:00 Lubango

Boa tarde. Já estamos no Lubango!!!

Conseguimos agora finalmente enviar-lhe um vídeo que fizemos no final da conferência de imprensa que aconteceu em Luanda – a ligação de Internet nem sempre facilita o nosso trabalho.

Apresentamos-lhe neste vídeo o David, o investigador da Amnistia que fez a investigação para o relatório que temos vindo a apresentar, e o Robert, assessor de imprensa para os países do sul de África.

Em conversa com eles ficou bem claro que a nossa vinda a Angola está a ajudar muito nas conversações com a comunicação social, com as entidades governamentais, com ativistas e organizações da sociedade civil. Está a falar-se muito do relatório que fizemos e isso é um passo importantíssimo para mudar a vida daquelas pessoas.

O segundo passo é o seu. Se ainda não assinou a petição, faça-o aqui.

Mais à noite ainda lhe escrevemos.

Um abraço aqui do Lubango

24 de outubro 23:22 Lubango

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Também nós íamos à escola”

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23 OUT


23 de outubro 17:00 Luanda

Boa tarde!

O final do dia de ontem e a manhã de hoje foram especialmente esperançosos…

Há poucos anos era impossível a Amnistia Internacional entrar em território angolano. Hoje estamos aqui em Luanda e o que antes era impensável já aconteceu.

Ontem foi com emoção que pudemos abraçar alguns dos ativistas pelos quais tanto lutámos em 2015, quando estavam presos. Eram chamados os Angola15+2 e Portugal mobilizou-se por todos eles e todas elas. Saímos às ruas. Escrevemos apelos.

Agora, estivemos com eles, ontem a brindar à liberdade e hoje de manhã, com mais jovens ativistas angolanos, para pensar como podem ajudar as comunidades que estão em risco nos Gambos. Como pode o ativismo fazer a diferença e salvar milhares de vidas? Foi sobre isso que falámos esta manhã.

Já lhe contamos mais coisas desta missão, mas para já, inspire-se com estas duas fotografias. O futuro só pode ser melhor!


23 de outubro 21:50 Luanda

Boa noite,

Temos boas e más notícias para lhe dar.

Primeiro, as más. Não queríamos deixar o dia terminar sem lhe contar que a tarde de hoje foi difícil, porque visitámos dois dos bairros mais pobres de Luanda: o da Lixeira e o da Boavista. Aqui deixamos já uma fotografia, mas amanhã prometemos contar-lhe mais pormenores desta visita.

Agora as boas. Ontem a nossa missão e o relatório que estamos aqui a divulgar saíram em vários meios de comunicação social. Vale mesmo a pena ver a reportagem da RTP, aqui, a partir dos 18 minutos: https://www.rtp.pt/play/p5272/e434625/telejornal

De Luanda, seguem desejos de uma boa noite. Se nos quiser ajudar a chegar ainda mais longe com esta missão, assine a petição que estamos a lançar também agora e partilhe. Aqui: https://www.amnistia.pt/peticao/milhares-de-pessoas-em-risco-de-vida-no-sul-de-angola/

Obrigado por estar ao nosso lado nesta missão e até amanhã!

23 de outubro 23:00 Luanda

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “A juventude e a educação para os direitos humanos”

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22 OUT


22 de outubro 11:50 Luanda

Bom dia!!

Ontem o dia terminou com boas notícias, que temos mesmo de lhe contar.

Reunimos com a Secretária de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça e temos novidades. Veja neste vídeo que gravámos à saída.

Se ainda não conhece o relatório que nos levou a esta missão a Angola, pode ler aqui: https://www.amnistia.pt/angola-desvio-de-terras-coloca-em-perigo-milhares-de-pessoas-no-sul-do-pais/

Até já!!

22 de outubro 17:00 Luanda


Boa tarde,

Hoje a manhã foi dedicada à comunicação social, com uma conferência de imprensa onde o David, o nosso investigador para Angola, explicou que a origem do problema no sul de Angola é a ocupação de terras que pertenciam às comunidades locais.

67% das terras estão hoje ocupadas por fazendeiros. As pessoas das comunidades ficaram com os terrenos menos férteis, com bastante menos acesso à água, quer para elas, quer para o gado. Nunca foram ouvidas neste processo conforme indica a lei da terra em Angola. Muito menos foram compensadas, conforme lhes foi “prometido”.

Tudo isto está a levar a que muitas tenham problemas graves de sustentabilidade económica familiar e, já no extremo, a ficarem sem acesso a alimentação adequada. A produção de leite reduziu muito, porque as vacas não têm pasto para se alimentarem e não dão leite – mesmo para as crianças, o leite não chega. São cerca de 76 000 pessoas que estão hoje em risco. As mulheres e as crianças são as que mais sofrem.

Há histórias de dor, mas também de esperança. As mulheres já se ergueram localmente para pôr cobro à falta de acesso à água. A esperança começou. Saibamos levá-la em frente.

Para que conheçam quem nos acompanha nesta missão, enviamos três fotografias que tirámos hoje de manhã.

Na primeira está o David, o nosso investigador que escreveu o relatório, a Cecília, que pertence à comunidade onde tudo isto acontece, depois eu e à minha esquerda o Fernando, pastor e criador de gado da região, a Muleya, diretora de investigação da Amnistia Internacional para os países do sul de África, e o Domingos Fingo, da associação local Associação Construindo Comunidades.

Por agora, quero dar-lhe um obrigado por continuar desse lado. É bom sabermos que estas pessoas estão a ser ouvidas. É essa a nossa maior missão agora.

Até já,

22 de outubro 22:00 Luanda

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Só juntos faremos acontecer”

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21 OUT


21 de outubro 18:00 Luanda

Olá uma vez mais.

Já estamos em Luanda, para começar esta missão a Angola. Muito, muito obrigado por ter escolhido acompanhar-nos. Só consigo esta viagem faz sentido.

Nesta primeira fase da viagem, vamos fazer algum trabalho de advocacia e reunir com organizações da sociedade civil e com representantes do governo. Mais concretamente, a Senhora Secretária de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário.

O objetivo: dar a conhecer o nosso relatório sobre Angola em profundidade e todos os problemas e consequências que advêm da falta de acesso às terras por parte das populações do Vale dos Gambos.

O que estas pessoas querem é voltar a ser autónomas, terem as pastagens para o seu gado e extrair o leite de que tanto precisam para viver e que suporta toda a sua vida económica.

Em breve vamos contar-vos como estão a correr as reuniões.

Até já!

21 de outubro 22:00 Luanda

Leia aqui o Diário de Angola, por Pedro Neto: “Dizer a verdade ao poder”

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Chegada a Luanda