AS MULHERES E MENINAS VIVENCIAM O PIOR DA GUERRA:

VIOLÊNCIA SEXUAL, DESLOCAções FORÇADas E POBREZA

“Três deles violaram-me à frente do meu filho. Estava connosco uma senhora grávida de oito meses, eles também a violaram… juntaram-se como um grupo de hienas que viu algo para comer. Violaram as mulheres e mataram os homens.”

Nigist*, de Humera, mãe de dois filhos, partilhou que ela e quatro outras mulheres foram violadas por soldados eritreus em Sheraro

O QUE ESTÁ A ACONTECER ÀS MULHERES NOS CONFLITOS?

Em todo o mundo, milhões de pessoas têm as suas vidas perdidas e destruídas pelos mais de 28 conflitos armados ativos.

As mulheres são desproporcionalmente afetadas pelos conflitos, as forças combatentes continuam a recorrer à violência sexual, abusos e intimidação, como “armas de guerra” para infligir deliberadamente danos físicos e mentais que duram muito além do conflito.

Na Ucrânia, Territórios Palestinianos Ocupados, Israel, Afeganistão, Iémen, Etiópia, Síria, República Democrática do Congo, Sudão e tantos outros territórios, as mulheres e meninas correm diariamente risco de vida, têm a sua saúde e segurança, os seus direitos fundamentais e o seu futuro colocados em risco.

Um conflito constitui um terreno fértil para todo o tipo de violações de direitos humanos, incluindo a tortura, desaparecimentos forçados e detenções arbitrárias e ilegais.

Na linha-da-frente, as mulheres tentam apoiar os seus filhos, familiares e a sua comunidade, são as que fogem para sobreviverem para outras cidades e países à procura de um “abrigo seguro”. Representam atualmente 80%, dos mais de 23 milhões de pessoas refugiadas no mundo que vivem numa situação de deslocação forçada há 5 ou mais anos.

Estas mulheres e os seus filhos tornam-se em “alvos humanos” de uma guerra que não escolheram. Precisamos de Si para as proteger!

TESTEMUNHOS DE GUERRA

CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS PARA AS MULHERES

As mulheres e meninas sofrem um total desrespeito pelos seus direitos fundamentais, que se intensifica se forem membros da comunidade LGBTQIA+ ou se tiverem alguma grau de incapacidade ou deficiência:

  • Exposição à violência baseada no género, violência sexual utilizada como “arma de guerra”, que inclui tortura, violência, escravidão sexual e casamento forçado. As consequências para as mulheres são físicas e mentais e comprometem a sua subsistência futura e estatuto familiar e social. Estima-se que em ambientes de conflito, mais de 70% das mulheres e meninas sofreram ou venham a sofrer violência baseada no género.

  • Doenças e falta de acesso a cuidados de saúde específicos, pela destruição das infraestruturas e falta de técnicos de saúde, equipamentos, água, eletricidade, gasolina e saneamentos. Falta de apoio psicológico e de saúde reprodutiva ou materno infantil tendo a violência que sofrem consequências severas e impacto na sua saúde sexual e reprodutiva.

  • Perda de Educação: a falta de pessoal docente e auxiliar, a destruição de escolas, a falta de segurança para irem às aulas e o deslocamento forçado prejudica a todos num conflito, intensifica-se o impacto sobre as meninas, grupo com maior alfabetismo e autonomia, ao serem limitadas de exercer o seu direito à educação. Condicionado as suas futuras perspetivas de emprego e as torna mais vulneráveis ao casamento infantil.

  • A deslocação forçada intensifica as consequências negativas para as mulheres e meninas, em marcha ou realocadas em centros de acolhimento, ficam mais expostas à violência sexual, ficam economicamente dependentes e sem acesso a cuidados de saúde adequados ou a educação.

É necessário proteger as mulheres e meninas no conflito e garantir o seu apoio pós-conflito

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Ajuda-nos a enviar as nossas equipas de investigação para o terreno, nos conflitos armados em todo o mundo

O QUE PODE FAZER HOJE, PELOS DIREITOS DAS MULHERES, NOS CONFLITOS?

Precisamos da sua ajuda para mantermos as nossas equipas de investigação no terreno, as investigações locais e remotas, a capacidade de pressão dos decisores políticos e da comunidade internacional e as ações de mobilização civil para todas as mulheres nos conflitos armados ativos.

É urgente proteger e apoiar as mulheres nos conflitos e garantir, que os estados que as acolhem, lhes conferem os seus direitos fundamentais, dignidade, que respondem às suas necessidades de saúde física e mental, lhes conferem apoio para aceder a educação e meios de subsistência para si e sua família.

É ainda urgente, apoiar as exigências das vítimas e sobreviventes por justiça e responsabilização por parte das autoridades nacionais e das instituições internacionais, incluindo a ONU e o Tribunal Penal Internacional.

“Temos de garantir que todas as alegações de violência sexual são investigadas de forma eficaz, independente e imparcial, para assegurar que as sobreviventes recebem justiça, e deve ser estabelecido um programa efetivo de reparações. Todas as partes no conflito devem também salvaguardar o acesso humanitário irrestrito.”

Agnès Callamard, secretária-geral Amnistia Internacional

“Os meus filhos gritaram. Durante vários segundos, foi como se apenas existisse silêncio e o tempo tivesse parado. Assim que pude, tirei os meus filhos debaixo dos escombros. O sangue dos ferimentos escorria-me, enquanto eu arrastava os meus filhos. Ficou tudo destruído, e a porta do edifício foi arrombada. Não permaneceu uma única janela e algumas varandas foram totalmente arrancadas.

Ainda assim, as minhas crianças não tiveram um único arranhão, só o sangue dos meus ferimentos que caiu sobre elas. É um milagre.”

Yulia Matvienko, relata o ataque aéreo russo a Chernihiv, na Ucrânia

CONFLITOS ATIVOS NO MUNDO:

Alguns destes conflitos, nomeadamente a invasão russa da Ucrânia, ocorrem entre Estados ou entre um estado e grupos armados, como no conflito do Médio Oriente, entre o Estado de Israel e o Hamas, mas muitos conflitos ocorrem dentro das fronteiras de um único Estado.

Na Síria , as forças governamentais, continuam a combater grupos armados apoiados por estrangeiros pelo controlo do território. Na Somália , os combatentes do grupo armado Al-Shabaab continuam a resistir às tentativas do governo de alargar o seu controlo.

Em 2021, mais de 19.000 crianças foram recrutadas como crianças-soldados, mortos ou mutilado, submetidos a violência sexual ou raptados em conflitos armados. O maior número destas violações ocorreu no Afeganistão, na República Democrática do Congo, em Israel e nos Territórios Palestinianos Ocupados, em Mianmar, na Somália, na Síria e no Iémen.

“Entraram três homens na sala onde eu estava. Era noite e já estava escuro. 

Não gritei, eles gesticularam-me para não fazer barulho ou matar-me-iam. Violaram-me um após outro… Eu estava grávida de quatro meses. Não sei se eles se aperceberam de que eu estava grávida.  Não sei sequer se eles se aperceberam de que eu era uma pessoa.”

Letay*, uma mulher de Baaker com 20 anos, foi atacada por homens armados que falavam amárico e usavam uma mistura de uniformes militares e vestuário civil

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É por todas estas pessoas que algures no mundo, veem os seus direitos humanos fundamentais abusados ou negados por discriminação e identidade de género que iremos continuar a angariar fundos. Precisamos de meios para continuar a expor o que está a acontecer, precisamos de continuar a pressionar governos e todas as outras entidades que violem direitos humanos.

A Amnistia Internacional é financiada pelos seus doadores, apoiantes e membros individuais e só aceita donativos de governos e empresas para finalidades específicas como a Educação para os Direitos Humanos. Só deste modo conseguimos investigar, denunciar e acabar com as violações de direitos humanos de uma forma independente, imparcial e autónoma.

Acreditamos que o mundo será um lugar melhor quando juntos encararmos a violação dos direitos humanos como uma afronta pessoal!

*Nos testemunhos apresentados foram utilizados nomes fictícios para a proteção das vítimas destes conflitos.
A Amnistia Internacional tem como missão expor violações e abusos de Direitos Humanos, fazer recomendações e propor soluções. Sempre que alguém, em qualquer parte do mundo, for vítima de um qualquer abuso de direitos humanos, nós vamos agir.

Trabalhamos diariamente para que todas as pessoas, quem quer que sejam, onde quer que estejam, possam usufruir em pleno dos direitos humanos. E assim, juntos, construímos um mundo melhor para toda a humanidade.

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