22 Janeiro 2009

A Amnistia Internacional está no terreno em Gaza. Agora que oficialmente cessaram os ataques, os observadores que vão chegando ao terreno testemunham o grau de devastação e o elevado número de vítimas. Embora esporadicamente tanto um lado como o outro vão lançando bombas e rockets quebrando o frágil cessar-fogo. Consideramos agora fundamental que se agilize e reforce a ajuda humanitária e que se inicie um processo de responsabilização dos culpados pelos crimes de guerra, pelas violações dos direitos humanos e do direito internacional. Assim, a AI está a apelar aos Estados e organismos internacionais relevantes para assegurarem o estabelecimento de uma investigação exaustiva, independente e imparcial sem demoras aos abusos da lei humanitária internacional e de direitos humanos, incluindo os ataques israelitas a civis ou a edifícios civis na Faixa de Gaza, os ataques desproporcionados das mesmas forças, assim com os ataques com rockets perpetrados pelos grupos palestinianos contra as populações civis do sul de Israel.

A AI tem também vindo a defender que seja decretado um embargo às armas imposto pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, não apenas para impedir o envio de novas remessas de armamento para ambos os lados como de forma a dar um sinal claro a Israel e ao Hamas indicativo da determinação do Conselho em fazer cumprir a lei internacional.

 Participe no apelo ao Ministro dos Negócios Estrangeiros português para que apoie estas preocupações, através dos meios diplomáticos ao seu dispor.

Envio o seu apelo por email: [email protected] Este endereço de email está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email ou fax 213 946 070 ou para a morada:
Palácio das Necessidade
Largo do Rilvas
1399-030 Lisboa

Excelência

 Com o anúncio do cessar-fogo em Gaza, a ajuda humanitária é agora essencial e urgente, assim como a responsabilização pelos crimes cometidos.

 Durante o conflito foram surgindo provas que evidenciam crimes de guerra – os ataques com rockets dirigidos a áreas civis do sul de Israel por parte dos grupos palestinianos são inaceitáveis, assim como o uso de força desproporcional por parte de Israel nos ataques maciços à Faixa de Gaza.

 Durante os ataques, tornaram-se públicas as incursões israelitas a casas de civis palestinianos, nas quais várias famílias foram forçadas a permanecer nas caves das suas casas, enquanto os andares de cima eram utilizados para posicionar estrategicamente militares. Por outras palavras, os palestinianos foram usados como escudos humanos, em violação das Convenções de Genebra, uma acusação que Israel aponta frequentemente ao Hamas.

 Desta forma, apelo a Vossa Excelência para que desenvolva todos os esforços diplomáticos para que seja estabelecido um mecanismo para o envio imediato de observadores de direitos humanos para Gaza e Sul de Israel, com um mandato para investigar e reportar as violações da lei humanitária internacional e de direitos humanos cometidas pelas duas partes. Mais apelo para que Vossa Excelência, à semelhança do que fez com os voos que transportavam armas para este conflito através do espaço aéreo português, apoie um embargo de armas a todas as partes envolvidas no conflito.

 Sem o efeito dissuasor de uma responsabilização credível dos culpados por crimes de guerra, o mais provável é que o conflito se reacenda, vitimando mais civis e perpetuando a violência que se vive na região.

 Na expectativa da intervenção de Vossa excelência, envio

 Os melhores cumprimentos 

 

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