7 Junho 2011

A Amnistia Internacional condenou o tratamento cruel de que foram vítimas os manifestantes por parte das autoridades sírias, após um dos fins-de-semana mais sagrentos desde que as manifestações pro-reforma tiveram início na Síria, alegadamente mais de 120 pessoas terão sido mortas a tiro.
 
O apelo surgiu antes de uma votação crucial do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a repressão violenta na Síria, agendada para esta semana.
 
“À medida que o número de mortes atinge níveis surpreendentes na Síria, torna-se imperativo que o Conselho de Segurança das Nações Unidas – que tem mantido silêncio até agora no que diz respeito a este problema – vote para condenar os homicídios,” afirma Philip Luther, Subdirector do Programa da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.
 
“Deve, também, tomar medidas decisivas e encaminhar a situação da Síria para o Tribunal Penal Internacional. Os responsáveis pela repressão violenta de manifestantes pro-reforma não devem continuar a ter permissão para escapar após cometerem homicídios,” acrescentou Luther.
 
A Amnistia Internacional tem o nome de 54 pessoas que foram mortas a tiro por forças de segurança no fim-de-semana de 4 e 5 de Junho. Na cidade de Jisr al-Shughur, 43 pessoas foram mortas no sábado, inclusive algumas pessoas que se encontravam num cortejo fúnebre. 
 
Alguns soldados também foram mortos, mas as circunstâncias dos seus homicídios não são conhecidas. 
 
Na sexta-feira, pelo menos 69 pessoas foram mortas na cidade central de Hama, quando as forças de segurança abriram fogo durante os protestos da “Sexta-Feira das Crianças”, em honra das dezenas de crianças mortas nos distúrbios recentes. 
 
Os protestos nacionais de sexta-feira tiveram lugar em 200 locais e podem ter tido o maior número de participantes até à data. A morte de Hamza al-Khateeb, um jovem de 13 anos que morreu vítima de tortura, durante uma detenção em regime de incomunicabilidade, estaré na origem dos protestos. 
 
Desde o início dos protestos pro-reforma, em Fevereiro de 2011, que as forças de segurança sírias empreenderam uma campanha de violência contra os manifestantes. 
 
A Amnistia Internacional sabe que 986 pessoas foram mortas pelas forças de segurança sírias durante as últimas onze semanas. Milhares foram detidas e muitas delas mantidas em regime de incomunicabilidade. 
 
Os relatos de tortura sob custódia são numerosos e a Amnistia Internacional tem conhecimento de 17 pessoas que parecem ter morrido em consequência deste tratamento. 

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