REPRESSÃO

Detenções, julgamentos fraudulentos E pena de morte como arma de silenciamento

Mahsa Amini tinha apenas 22 anos quando morreu às mãos da “Polícia da Moralidade” iraniana, por deixar à mostra uma pequena mecha de cabelo. Foi detida, sob acusações de usar inadequadamente o Hijab (véu islâmico), e em custódia policial foi violentamente agredida e levada em coma, para o hospital, três dias mais tarde, morreu!

Foto de Artin Bakhan / Unsplash

A morte de Mahsa Amini inspirou uma onda de solidariedade, com manifestações por todo o Irão e ao redor do mundo. Juntaram-se milhares de pessoas em sua homenagem, num apelo pelo fim da repressão e da desigualdade, incluindo as leis discriminatórias e obrigatórias do uso do véu.

400

pessoas foram já mortas por se manifestarem pacificamente.

34

crianças perderam a vida, pelas forças de segurança iranianas.

+26

pessoas em risco de execução, julgadas com pena capital.
Desde setembro de 2022 já morreram mais de 400 mulheres, crianças e homens por se manifestarem pacificamente. Destes, pelo menos 34 eram crianças, que perderam a vida vítimas de disparos em órgãos vitais ou espancadas até à morte pelas forças de segurança iranianas.

Mais de 26 pessoas estão em risco de execução, julgadas injustamente com pena capital. Milhares de pessoas estão detidas ilegalmente a serem torturadas, a sofrer abusos sexuais e choques elétricos para forçar uma confissão, negadas de cuidados básicos, como saúde e alimentação, enquanto aguardam um julgamento.

Foto de Artin Bakhan / Unsplash

Juntos podemos lutar para que estas pessoas sejam libertadas e as autoridades iranianas sejam devidamente responsabilizadas

Apoie a nossa investigação, no terreno, para que seja possível documentar e divulgar os abusos de direitos humanos cometidos pelas autoridades no Irão e no mundo. Exija, com a Amnistia Internacional, que se crie uma entidade independente de avaliação das violações de direitos humanos, detenções e julgamentos no Irão.
O QUE PODE FAZER HOJE PELOS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES?
Precisamos do seu apoio! Junte-se a nós e exija que estas mulheres e meninas sonhem com um futuro, onde podem ser livres e escolher o que querem vestir, ser ou pensar!

Hoje, o seu donativo é mais importante do que nunca para conseguirmos proteger estas mulheres, no Irão e no mundo!
Apoie a divulgação dos nossos relatórios, com o objetivo de organizar campanhas pelos direitos de todas as mulheres no Irão e no mundo.
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Contribua para fazermos advocacy junto da comunidade internacional e governos para que atuem pelos direitos humanos.
Ajude a enviar a nossa equipa de investigação para o terreno, para documentar a discriminação das mulheres no Irão e no mundo.

PROTESTOS E MANIFESTAÇÕES

MULHER, VIDA, LIBERDADE

“Nos dias que se seguiram aos protestos, vídeos mostravam as forças de segurança do Irão a matar e ferir deliberadamente manifestantes desarmados e transeuntes, causando ondas de choque em todo o mundo.

Muito menos visível foi a crueldade infligida aos detidos e às suas famílias, por responsáveis iranianos, longe dos olhares do público”

A reação das autoridades iranianas à onda de protestos e manifestações tem sido marcada pela violência com recurso a munições reais, impunidade em milhares de detenções ilegais e julgamentos fraudulentos com condenações a pena de morte, como arma de silenciamento.

Os familiares das vítimas têm enfrentado detenção arbitrária, intimidação e assédio pelas forças de segurança, numa tentativa encobrir estes crimes.

FAÇA A DIFERENÇA

PORQUE DEVE APOIAR A AMNISTIA INTERNACIONAL?

Acreditamos que o mundo será um lugar melhor quando juntos encararmos a violação dos direitos humanos como uma afronta pessoal!

A Amnistia Internacional é exclusivamente financiada pelos seus doadores, apoiantes e membros individuais. Só deste modo conseguimos investigar, denunciar e acabar com as violações de direitos humanos de uma forma independente, imparcial e autónoma.
PRECISAMOS DE SI, A CADA DIA, ATÉ QUE A LIBERDADE DE TODAS AS MULHERES, NO IRÃO E NO MUNDO, SEJA UMA REALIDADE!
Mulheres e meninas continuam a desafiar corajosamente o uso obrigatório do véu e a repressão violenta que sentem no Irão. Gritam em plenos pulmões “Mulher, Vida, Liberdade”, o slogan revolucionário que continua a ser ouvido e escrito em todo o país e que se espalhou por todo o mundo.

Embora o número de protestos em larga escala tenha diminuído nas últimas semanas, aumentaram outros atos de resistência no Irão, incluindo escrever slogans em paredes e espaços públicos, instalar faixas ou símbolos e entoar slogans em telhados ou janelas à noite, apoiando o fim do estabelecimento da República Islâmica.

Enquanto as autoridades iranianas tentam reprimir brutalmente os protestos, temos que continuar a mostrar ao mundo a verdade. Junte-se aos milhares de pessoas que saíram às ruas, no Irão e no mundo, num apelo urgente por justiça, dignidade e liberdade.

VIOLAÇÕES

No Irão as violações de direitos humanos que as mulheres, meninas, pessoas LGBTI e minorias étnicas e religiosas enfrentam são:

DISCRIMINAÇÃO

direito à saúde

LIBERDADE DE EXPRESSÃO, ASSOCIAÇÃO E REUNIÃO

DETENÇÕES ILEGAIS E JULGAMENTOS FRAUDULENTOS

TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS

PENA DE MORTE

CONTEXTO

A Revolução Islâmica de 1979

O golpe de estado que estabeleceu um governo e que tem sido questionado pela Amnistia internacional e outras organizações pela sua abordagem em relação às mulheres.

Embora a Constituição do Irão garanta alguns direitos às mulheres, incluindo o direito ao voto e a igualdade perante a lei, as mulheres enfrentam muitas desigualdades.

Enfrentam limitações na sua liberdade pessoal, incluindo a obrigatoriedade de utilização de hijab, o véu islâmico que cobre o cabelo e o pescoço. A maioria das mulheres é obrigada a usar o hijab em público.

As mulheres também enfrentam restrições em relação à sua participação na vida pública e social, incluindo a proibição de assistir a jogos de futebol em estádios.

Uma das principais questões é a discriminação legal. O testemunho de uma mulher em tribunal vale apenas metade do testemunho de um homem e as mulheres são proibidas de se tornarem juízas. As leis da família concedem aos homens o direito de divórcio unilateral e a custódia dos filhos em caso de divórcio.

O governo iraniano não tem cooperado com as tentativas da comunidade internacional para melhorar a situação dos direitos humanos no país.
Ayatollah Khomeini dirige-se a ao público no aeroporto após 14 anos de exílio.
Teerão, Irão, 1 de fevereiro de 1979.
Mulheres presas a trabalhar na prisão de Evin enquanto fazem roupas para outras mulheres. Todas estas mulheres são anónimas e obrigadas a usar véus islâmicos. Irão, 1987
As mulheres no Irão têm lutado pelos seus direitos e alcançaram já algumas vitórias ao longo dos anos. As mulheres têm um nível de educação relativamente alto no Irão e ocupam posições importantes em áreas como a medicina e a ciência.

As mulheres também têm organizado protestos contra as desigualdades e reivindicam os seus direitos. Têm lutado corajosamente pelos seus direitos, apesar das barreiras que enfrentam, e continuam a fazer avanços significativos na luta pela igualdade e justiça.

A Amnistia Internacional e outras organizações de direitos humanos continuam a trabalhar para garantir que o governo iraniano seja responsabilizado pelas violações de direitos humanos e para promover a mudança positiva no país.
#WhiteWednesdays é um movimento de libertação das mulheres iranianas e da sua obrigatoriedade de uso do Hijab. As mulheres deixaram-se gravar em atos de ativismo e partilharam imagens e vídeos sem o Hijab ou com Hijab e roupa branca. Dezenas destas mulheres foram detidas e julgadas sob acusação de incitarem a prostituição e propaganda contra as autoridades e governo iraniano.
Yasaman Ariani, ativista e pintora, fez parte deste movimento.
Yasaman Aryani e a sua mãe, Monireh Arabshahi, foram detidas pela polícia da moralidade, no dia da mulher em 2019.

Assinalaram este dia numa ação de ativismo, pela libertação da mulher iraniana, distribuíram flores brancas numa carruagem de metro em Teerão, exclusiva para mulheres, sem utilizarem hijab.

Publicaram um vídeo desta ação que se tornou viral e foram condenadas a 16 anos de prisão.

A ação da Amnistia Internacional globalmente levou à sua libertação no dia 15 de fevereiro de 2023. Conseguimos libertar Yasaman Aryani num esforço conjunto com os nossos apoiantes pela sua defesa e liberdade.

Reuniu, só em Portugal, mais de 50.000 assinaturas, que foram todas enviadas para a Embaixada do Irão em Lisboa
O SEU APOIO PODE FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DE UMA MULHER, NO IRÃO E NO MUNDO!
Yasaman Aryani (direita) com a sua mãe, Monireh Arabshahi (esquerda).
Precisamos da sua ajuda, em nome de todas as mulheres, crianças e pessoas no Irão!
Em nome da liberdade de expressão, reunião e manifestação de todos nós!

“Em vez de investigar as alegações de desaparecimento forçado, tortura e outros maus-tratos, bem como outros crimes contra os detidos, os procuradores iranianos tornaram-se cúmplices da campanha de repressão”

83%

Do nosso orçamento é aplicado na implementação de projetos

Envolvimento e mobilização de pessoas
46.6%
Campanhas, Investigação e advocacy
17.6%
Sustentabilidade e Fidelização
13.2%
Juventude e Educação
6.8%
Gestão e Governação
16.8%
A Amnistia Internacional tem como dever expor violações e abusos de Direitos Humanos, fazer recomendações e propor soluções. Sempre que em qualquer parte do mundo alguém não puder usufruir livre e plenamente de todos os seus direitos humanos nós vamos agir.

O nosso trabalho não é contra ninguém. É antes a favor de todas as pessoas usufruírem dos direitos humanos. É antes a favor de construir um mundo melhor para toda a humanidade.

O seu apoio vai fazer a diferença na vida de muitas pessoas, ativistas e defensores de direitos humanos ao redor do mundo.

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