23 Julho 2008

Na Somália, a população civil está a ser ameaçada. Os homicídios, a pilhagem e as violações fazem parte da vida naquele país. É isto que demonstra o recente relatório da Amnistia Internacional, intitulado Routinely Targeted: Attacks on Civilians in Somalia.
Dezenas de civis Somalis testemunharam terem sido violentamente atacados, violados e saqueados nas áreas sul e centro do país, mais concretamente nas estradas por onde tentavam escapar ao conflito e nos abrigos para deslocados. Segundo os relatos, os crimes foram cometidos pelas forças do Governo Federal Transitório da Somália.

 

Ao mesmo tempo, regista-se uma violência crescente por parte das Forças Armadas etíopes presentes na Somália, com ataques a jornalistas e defensores dos direitos humanos. Isto demonstra que as várias partes envolvidas no conflito têm violado a lei humanitária internacional, que proíbe o ataque a não combatentes, tendo em 2007 sido mortos no centro e sul do país cerca de 6.000 civis.

As armas como causa

A contínua violação do direito internacional e os atentados aos direitos humanos na Somália constituem uma preocupação para a Amnistia Internacional. Alertamos, por isso, para o facto das armas convencionais estarem a ser usadas para matar civis indiscriminadamente. Isto quando a Somália está sujeita a um embargo de armas, desde Janeiro de 1992, decretado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. A realidade demonstra que estas se mantêm disponíveis e que as populações continuam a sofrer as consequências.

A Amnistia Internacional tem vindo a apelar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que reforce as provisões do embargo de armas e para que sejam impostas sanções aos responsáveis pela violação deste embargo, na medida em que as armas têm contribuído para a perpetuação de graves violações dos direitos humanos no país.

Conheça o relatório completo.

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