Detido e agredido pela polícia à saida da escola

Adrián foi espancado pela polícia sem razão aparente, como costuma acontecer no méxico a pessoas de comunidades pobres e desfavorecidas. Exijam justiça!

 

José Adrián tinha 14 anos. Num dia como tantos outros, às 21 horas, ia da escola para casa quando a polícia o abordou violentamente e o atirou contra o carro-patrulha (um dos agentes chegou até a pisar-lhe o pescoço). Na altura, Adrián vivia numa comunidade empobrecida no México e, por sofrer de uma limitação auditiva e ter necessidades educativas especiais, pode não ter conseguido perceber o que se passava.

Estava no lugar errado, à hora errada. Pouco antes de Adrián passar tinha havido um confronto entre as autoridades e um grupo de jovens que vandalizou um carro da polícia. Adrián, que apenas estava de passagem no local, foi o único a ser detido, sem qualquer explicação.

Durante a detenção, as autoridades limitaram-se a seguir um padrão que já é conhecido no México e que visa apenas pessoas pobres e discriminadas, neste caso, um jovem indígena Maia: os agentes empurraram Adrián para dentro do carro e conduziram-no à esquadra, onde o penduraram no teto com algemas. “Deixaram-me ali durante quase meia hora”, conta. “Golpearam-me no peito. Depois, esbofetearam-me o rosto”.

Para conseguir a libertação do filho, os pais de Adrián tiveram de pagar uma multa e o custo do arranjo do carro-patrulha – dinheiro que não podiam comportar sozinhos e que obrigou a pedirem apoio. Além disso, devido ao trauma, José Adrián não foi à escola durante um ano.

Contudo, ele quer ultrapassar este episódio e começar a planear o futuro (sonha ser cozinheiro um dia). Mas tal vai ser difícil enquanto os polícias que o atacaram continuarem impunes e a família continuar à espera de ser compensada pelo governo.

Eu quero justiça!

Mãe de José Adrián

Nós concordamos! Juntem o vosso nome ao apelo desta mãe.

As autoridades mexicanas deverão compensar esta família de forma adequada e investigar o caso e apresentar todos os responsáveis à justiça. Queremos ainda o fim das detenções arbitrárias.

Todas as assinaturas vão ser enviadas ao Governador do Estado de Yucatán, Mauricio Vila Dosal.

Texto da carta a enviar

Caro Governador,

José Adrián estava simplesmente a regressar a casa depois da escola, quando foi surpreendido no caminho pelo rescaldo do confronto de um grupo de jovens que tinha vandalizado um carro da polícia. A polícia abordou-o violentamente e atirou-o contra o carro.

Na altura, com apenas 14 anos, a polícia deteve-o sem qualquer explicação e nunca chamou os seus pais. Levaram-no para a estação da polícia e, aí, foi torturado. Por sofrer de uma limitação auditiva pode não ter conseguido comunicar eficazmente com a polícia durante este episódio.

Pedimos-lhe que garanta que Adrián recebe a totalidade das reparações a que tem direito, pelas violações de direitos humanos que sofreu e que seja promovida a justiça neste caso.

Atentamente,

Letter content

Dear Governor,

José Adrián was simply walking home from school when he stumbled onto the aftermath of a clash between a group of youths that ended up damaging a police car. The police jumped him and threw him against their car.

Aged just 14 at the time, police arrested him with no explanation and never called his parents. They took him to the police station and tortured him there. His hearing disability could have prevented him to communicate well with police during his ordeal.

We ask you to make sure Adrián gets full reparations for the human rights violations he suffered and promote justice on his case.

Yours sincerely,