Os casos individuais na Amnistia Internacional
A relação entre histórias individuais de pessoas que sofreram abusos de direitos humanos e as ações para conseguir uma mudança sistemática é uma caraterística única da Amnistia Internacional e uma estratégia fundamental para influenciar efetivamente os decisores.
É isto que nos diferencia de outras organizações, sendo para nós uma forma clara de acrescentar valor à defesa dos direitos humanos.
Junte-se a nós!
“A Amnistia Internacional forma uma comunidade global de defensores dos direitos humanos com os princípios da solidariedade, ação efetiva pelas vítimas individuais, cobertura global, universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos, imparcialidade e independência, democracia e respeito mútuo.”
Quem são os indivíduos e comunidades em risco?
Um indivíduo em risco é uma pessoa, comunidade ou grupo de pessoas que foram submetidas ou estão em risco de sofrer abusos de direitos humanos: situações onde a atuação da Amnistia Internacional pode resultar numa mudança positiva.
São muitos os casos de indivíduos em risco que veem os seus direitos humanos ameaçados. Casos diversificados, onde procuramos promover a representatividade de género, conjugar diferentes geografias e temas de direitos humanos.
É urgente atuar e proteger todas as pessoas das ameaças que enfrentam à sua liberdade! Consigo podemos chegar mais longe e alcançar um mundo mais justo e livre para todos!
Luis Manuel
Luis Manuel ganhou reconhecimento internacional pelo seu ativismo pacífico contra o Decreto 349, uma lei que visa silenciar artistas críticos das autoridades cubanas. No dia 11 de julho 2021, publicou um vídeo, afirmando que iria participar naquela que se revelou ser a maior manifestação das últimas décadas em Cuba. Contudo, antes da manifestação começar, Luis Manuel foi detido e levado para Guanajay, uma prisão de segurança máxima, onde se encontra até hoje.
Nome: Luis Manuel Otero Alcántara
Data de nascimento: 2 de dezembro de 1987
Profissão: Artista e membro do Movimento de San Isidro, um coletivo de artistas e ativistas pela liberdade de expressão artística em Cuba.
Luis Manuel tem uma personalidade carismática. Gosta de fazer da sua casa (em San Isidro, um dos bairros mais pobres de Havana) um paraíso para todas as pessoas.
Adora: Pintar, fazer performances, cozinhar e dançar todos os tipos de música, particularmente salsa e reggaeton. Canaliza estas atividades todas para a sua arte.
Luis gosta de se vestir de forma extravagante e de estar na moda. Adora, chamar a atenção de uma forma positiva. É muito empático, afetuoso e gosta de fazer com que todas as pessoas se sintam bem à sua volta. Gosta de perfumes e de todas as coisas bonitas. Adora o cor-de-rosa em todas as suas tonalidades, particularmente o fúcsia.
Não gosta de desporto.
Situação atual: Preso em Guanajay, Cuba.
Narges Mohammadi
Nobel da Paz 2023, Narges Mohammadi é defensora dos direitos humanos e um dos principais rostos do movimento “Mulher, Vida, Liberdade” no Irão.
Foi detida, condenada e submetida a tortura e outros maus-tratos, várias vezes nas últimas décadas, pelas autoridades Iranianas.
Nome: Narges Mohammadi
Data de nascimento: 21 de abril de 1972
Profissão: Vice-presidente do Centro para os Defensores de Direitos Humanos no Irão.
Nobel da Paz 2023, Narges Mohammadi é defensora dos direitos humanos e um dos principais rostos do movimento “Mulher, Vida, Liberdade” no Irão.
Foi detida, condenada e submetida a tortura e outros maus-tratos, várias vezes nas últimas décadas, pelas autoridades iranianas.
Família: É mãe de gémeos, Kiana(F) e Ali(M), e casada com Taghi Rahmani. Tanto os filhos como o marido vivem no estrangeiro, para onde fugiram desde que Narges foi presa em 2015.
Situação: Condenada injustamente pelas autoridades iranianas a um total de 11 anos e 11 meses de prisão, 154 chicotadas e outras sanções como a proibição durante dois anos de usar “telecomunicações” (onde estão incluídas as redes sociais) e a proibição durante dois anos de integrar atividades relacionadas com partidos políticos e movimentos ou coletivos sociais.
Eleita Prémio Nobel da Paz de 2023 pela luta constante contra a opressão das mulheres no Irão e por promover os Direitos Humanos e a liberdade para todas as pessoas.
Aleksandra Skochilenko
Aleksandra é uma ativista de saúde mental e usa a sua arte para falar sobre este tema. Em 2014, escreveu e ilustrou um livro sobre depressão, “Book About Depression”, onde, através de uma linguagem simples e ilustrações, explicava o que sente uma pessoa que atravessa episódios depressivos.
Devido a uma ação pacífica, que realizou em protesto contra a invasão russa à Ucrânia, está detida em condições terríveis e, em 2023, foi condenada a 7 anos de prisão.
Nome: Aleksandra Skochilenko
Data de nascimento: 3 de setembro de 1990
Profissão: Artista, compositora, cantora, feministas, ativista LGBTI
Adora: Artivismo e música. Tocou a solo e em bandas. Nos últimos anos antes da sua detenção, organizava sessões abertas de música ao vivo para quem se quisesse juntar e acompanhar de improviso.
Situação: Está presa. Foi condenada a 7 anos de prisão a 16 de novembro de 2023.
As suas bandas favoritas são os Manfred Mann, os Earth, os Supertramp e os Beatles.
Outros casos
Na Amnistia Internacional trabalhamos todos os dias para fazer a diferença e conseguir mudanças concretas na vida de milhares de pessoas e comunidades. Descubra outros casos de indivíduos em risco que atuam em defesa dos direitos humanos, procurando a mudança e apoiando a liberdade.
Zineb Redouane
Zineb Redouane, foi atingida na cara, em casa, por uma granada de gás lacrimogénio disparada por um dos agentes da polícia chamado para controlar as manifestações que estavam a acontecer na rua onde morava. Acabou por morrer no hospital.
Vahid Afkari
Vahid Afkari foi arbitrariamente detido após a sua participação pacífica em manifestações que ocuparam as ruas de várias cidades do Irão em 2017 e 2018.
As Mães de Sábado
A 25 de Agosto de 2018, a polícia em Istambul usou gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar uma reunião pacífica, composta sobretudo por mulheres, algumas das quais na faixa dos 80 anos, conhecidas como as “Mães de Sábado”.
Shahnewaz Chowdhury
Shahnewaz foi detido após partilhar no Facebook as suas preocupações relativas ao impacto ambiental de projetos como os da nova central de carvão construída na sua cidade. Esteve detido em condições desumanas durante 80 dias e sem qualquer tipo de julgamento.
Yren Rotela e Mariana Sepúlveda
Mariana e Yren, duas mulheres trans, são de alvo de discriminação e vítimas de bullying. Já foram atacadas fisicamente e até proibidas de falar sobre assuntos que as afetam no seu dia-a-dia.
Cecilia Chimbiri, Netsai Marova e Joanah Mamombe
As ativistas políticas foram detidas em maio de 2020, num bloqueio de estrada organizado pela polícia em Harare, a capital do Zimbabué, por terem liderado um protesto antigovernamental relativo à resposta das autoridades à pandemia da COVID-19 e à fome generalizada no país.
Dorgelesse Nguessan
Motivada pelas preocupações em relação à economia dos Camarões , esta cabeleireira, juntou-se a uma manifestação pela primeira vez, em setembro de 2020. Durante esse protesto pacífico, Dorgelesse foi detida e, mais tarde, acusada de “insurreição, reunião, encontros e manifestações públicas”, sendo condenada a 5 anos de prisão.
Nasser Zefzafi
Nasser é natural do Rif, em Marrocos, uma região que enfrenta dificuldades nas áreas da saúde, educação e emprego. Foi detido por interromper um sermão numa mesquita e por ter acusado o Imã de ser um porta-voz das autoridades marroquinas.
Gustavo Gatica
Estudante universitário chileno que ficou cego após ter sido atingido pela polícia com balas de borracha, quando participava pacificamente na onda de manifestações nacionais no Chile, no final de 2019.
Chow Hang-tung
No dia 4 de junho de 2021, Chow Hang-tung pediu para que as pessoas se juntassem nas redes sociais e acendessem velas em memória dos manifestantes que foram mortos no massacre de Tiananmen, em 1989. Foi presa por tentar homenagear a vida destas pessoas.