20 Maio 2010

A Amnistia Internacional e a Coligação Contra Despejos Forçados apelaram ao governo do Zimbabwe para que promova uma política de protecção e ressarcimento a centenas de milhares de vítimas de desalojamentos forçados, que se encontram em situações deploráveis de miséria.

A 18 de Maio de 2005, o governo do Zimbabwe deu início à demolição de bairros clandestinos por todo o país. O programa, conhecido como Operação Murambatsvina, deixou mais 700.000 pessoas desalojadas e muitas delas sem forma de sustento, situação agravada ainda pela crise económica que o país atravessa. Depois de protestos nacionais e internacionais, o governo iniciou um novo projecto de realojamento, que se revelou um fracasso e parece ter sido abandonado.

Passaram-se cinco anos e muitos de nós continuam a viver em tendas. Não existem escolas, serviços de saúde, e há poucas condições de saneamento. Isto não é forma de seres humanos viverem,” declara Felistas Chinyuku, residente de Hopley Farm, um bairro precário nos arredores de Harare. Ele é o ex-porta-voz da Associação de Residentes de Porta Farm, um bairro que foi demolido pelo governo em 2005 e onde moravam cerca de 100.000 pessoas, em desrespeito de várias ordens de tribunal. 

É um escândalo que passados cinco anos, as vítimas continuem deixadas à sua sorte em barracões de plástico e sem acesso a serviços essenciais. Esta situação encontra-se em risco de ser esquecida, porque as vozes dos desalojados continuam a ser ignoradas. As deploráveis condições de vida que as vítimas da Operação Murambatsvina continuam a enfrentar revelam o fracasso do governo em lidar com as injustiças infligidas sobre os mais vulneráveis membros da população,” afirma Cousin Zilala, Directora da Amnistia Internacional do Zimbabwe

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