“Deus sabe que há dias em que não posso continuar, tudo se torna demais… A única coisa que me mantém vivo é o pensamento dos meus filhos.” Sakib, Bangladesh.
Exija à FIFA e ao Qatar que se responsabilizem e compensem os trabalhadores em risco, a Forgotten Team, e as suas familias!
Já teve início o Campeonato do Mundo 2022, foram construídos estádios e infraestruturas para receber os adeptos e as seleções estão preparadas para competirem e marcarem a história do futebol mundial!
1,7 milhões de trabalhadores sofreram abusos, exploração e em alguns casos, trabalho forçado na preparação do Mundial de Futebol 2022, no Qatar. Apenas uma equipa parece continuar esquecida, os trabalhadores migrantes, a Forgotten Team, e precisa da sua ajuda imediata!
Forgotten Team é a campanha de defesa dos milhões de homens e mulheres que deixaram as suas vidas e famílias na Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka com o sonho de uma vida melhor!
A vida foi o que deram ao Mundial 2022! Na chegada ao Qatar foram forçados a entregar os passaportes e a sua dignidade. Sofreram anos de abusos sistemáticos, viveram em condições deploráveis sob temperaturas elevadas, sem receber ordenados e em muitos casos, em trabalho forçado!
Os trabalhadores que sobreviveram estão presos no Qatar sem resposta humanitária, sem conseguirem arranjar novos empregos, endividados, sem documentos ou compensação. É urgente que se cumpra a declaração universal dos direitos humanos. A servidão, assim como escravidão de trabalhadores perpetradas no decorrer da preparação do Mundial do Qatar, constituem um claro desrespeito pelo seu artigo 4º.
Doe e junte-se a nós neste mundial, torça pela Forgotten Team!
Quero Doar
A que abusos foram os trabalhadores migrantes sujeitos na preparação do Mundial 2022?
- Taxas de recrutamento exorbitantes e subsequente endividamento.
- Salários em atraso ou corte.
- Negação de dias de descanso.
- Intimidação, discriminação e condições deploráveis de alojamento.
- Condições inseguras de trabalho sob temperaturas elevadas.
- Limitação de circulação sem ou com vistos de residência caducados.
- Bloqueios para mudar de emprego ou sair do país.
- Trabalho forçado e mortes inexplicáveis.
“A empresa tem o meu passaporte. Se o meu estatuto de patrocínio mudar, mandam-me de volta e eu tenho muitas dívidas para pagar… Quero o meu passaporte de volta… [e] o acampamento não é bom, somos oito a dormir num quarto – é demais. Mas não posso reclamar [porque] eles acabam com o meu trabalho.”
Mohammad
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Para lhe podermos agradecer convenientemente e enviar mais informação sobre esta investigação, pedimos que nos envie um e-mail para [email protected] com o comprovativo da sua transferência.
939 076 340
Processos de compensação aos trabalhadores migrantes e famílias
O Qatar introduziu processos de compensação, ainda que estes permaneçam inacessíveis à maioria dos trabalhadores. O direito internacional é soberano e prevê a garantia de compensações aos trabalhadores. De acordo com os Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos, com as políticas de direitos humanos da FIFA e com os seus compromissos, também a FIFA tem responsabilidades no pagamento das compensações relacionados com o Campeonato do Mundo.
É necessário garantir as compensações para quem trabalhou nos estádios e infraestruturas, mas também para quem trabalhou nas áreas complementares de construção e prestação de serviços para outros projetos necessários à competição, tal como transportes, alojamento, segurança e limpeza.
Consequentemente, hoje, milhares de trabalhadores e as suas famílias ainda aguardam pelas compensações para que possam reconstruir as suas vidas.
QUERO PROTEGER OS TRABALHADORES MIGRANTES!“A minha família agora está desalojada e dois dos meus filhos mais novos foram tirados da escola… Todos os dias estou em tensão, não consigo dormir à noite. Isso é uma tortura para mim.”
Prem, metalúrgico nepalense, no Estádio Khalifa
O que se passou na preparação do Campeonato do Mundo 2022?
Em 2010, a FIFA, concedeu ao Qatar o direito de ser o anfitrião do Campeonato do Mundo 2022, ainda que este país tivesse um grave histórico de violações de direitos humanos.
O sistema Kafala ou de patrocínio, no Qatar, define a relação entre os trabalhadores migrantes e empregadores e desde que foi implementado assiste-se a um aumento da exploração, abusos de racismo e discriminação de género. Apesar das reformas do governo, desde 2017, assistimos a constantes violações dos direitos dos trabalhadores.
“Embora o Qatar tenha feito avanços importantes nos direitos dos trabalhadores nos últimos cinco anos, está bem claro que ainda há um grande caminho a percorrer. Milhares de trabalhadores permanecem presos no ciclo familiar de exploração e de abuso graças a lacunas legais e fiscalização inadequada.”
Steve Cockburn, chefe de justiça económica e social da Amnistia Internacional
A restrição da liberdade de expressão e reunião, para civis e imprensa, aumentou no período que antecedeu o Campeonato do Mundo 2022 e as mulheres (sistema de tutela masculina) e pessoas LGBTI continuaram a enfrentar grave discriminação.
O primeiro Campeonato do Mundo no Médio Oriente deveria ser um momento de alegria e orgulho para todos os adeptos de futebol. Mas, para que possa ser verdadeiramente celebrado, os trabalhadores que o tornaram possível devem ser compensados por tudo o que sofreram!
O que pode fazer hoje para proteger os trabalhadores migrantes e as suas famílias?
Doe e ajude-nos a exigir a responsabilização da FIFA e do Qatar pelos abusos cometidos na preparação do Campeonato do Mundial 2022. Se tivermos o seu apoio e os fundos que precisamos conseguiremos continuar a lutar pela justiça e equidade no Qatar, e em todo o mundo.
Junte-se a nós na luta pela justiça e igualdade para todos!
Porque deve apoiar a Amnistia Internacional
É por todas estas pessoas, que no Qatar e algures no mundo, veem os seus direitos humanos fundamentais abusados ou negados que iremos continuar a angariar fundos. Precisamos de meios para continuar a expor o que está a acontecer, precisamos de continuar a pressionar governos e todas as outras entidades que violem direitos humanos.
A Amnistia Internacional é financiada pelos seus doadores, apoiantes e membros individuais e só aceita donativos de governos e empresas para finalidades específicas como a Educação para os Direitos Humanos. Só deste modo conseguimos investigar, denunciar e acabar com as violações de direitos humanos de uma forma independente, imparcial e autónoma.
Acreditamos que o mundo será um lugar melhor quando juntos encararmos a violação dos direitos humanos como uma afronta pessoal!
A Amnistia Internacional tem como dever expor violações e abusos de Direitos Humanos, fazer recomendações e propor soluções. Sempre que em qualquer parte do mundo alguém não puder usufruir livre e plenamente de todos os seus direitos humanos nós vamos agir.
O nosso trabalho não é contra ninguém. É antes a favor de todas as pessoas usufruírem dos direitos humanos. É antes a favor de construir um mundo melhor para toda a humanidade.
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