27 Junho 2011

Ai Weiwei, proeminente artista e dissidente chinês, foi libertado sob fiança no dia 22 de Junho. Apesar da boa notícia, a Amnistia Internacional apela para que a comunidade internacional não esqueça os activistas que ainda se encontram detidos, continuando a pressionar o Governo chinês.

Desde 3 de Abril que Ai Weiwei está detido sem enfrentar qualquer acusação e de acordo com os media foi libertado devido “à sua atitude positiva ao ter confessado os crimes e por sofrer de doença crónica”.
A notícia coincidiu com a visita de Wen Jiabo, Primeiro-ministro chinês, ao Reino Unido e à Alemanha, países onde Ai Weiwei tem um grande apoio do público e ligações profissionais.
“A sua libertação sob fiança pode ser ententida como uma tentativa de calar o crescente número de críticas de que o governo tem sido alvo,” afirmou Catherine Baber, Sub-directora do Programa da Amnistia Internacional para a região da Ásia-Pacífico.
Também Wen Tao, Hu Mingfen, Liu Zhenggang e Zhang Jinsong, todos associados a Ai Weiwei, foram libertados entre os dias 23 e 24 de Junho. Os quatro homens foram vítimas de desaparecimento forçado logo após a detenção do artista, e a sua família nunca foi notificada do seu estatuto legal ou do local onde estes se encontravam detidos.
“Estas libertações são boas notícias e até um importante passo, mas é essencial que a comunidade internacional continue focada nos restantes indivíduos que continuam detidos e cuja situação é preocupante,” acrescentou Catherine Baber.
Ai Weiwei e os seus sócios são apenas alguns dos 130 activistas, advogados, bloguers, entre outros, que foram vítimas de desaparecimentos forçados, ameaças e detenção desde Fevereiro.
Tang Jingling é um dos activistas que continua detido, advogado a trabalhar em Guangdong, despareceu a 22 de Fevereiro e alegadamente encontra-se sob custódia das autoridades, num campo de treino, por “incitar à subversão”. A sua detenção estará ligada à defesa dos trabalhadores que protestavam contra más condições e salários em atraso.
Também em detenção encontra-se Liang Haiyi, que terá alegadamente sido levada pela polícia no dia 19 de Fevereiro na cidade de Harbin, por partilhar vídeos e informação na internet sobre a “Revolução Jasmim”. O seu advogado confirmou que Liang está detida por “subversão do poder do Estado”.
Weiwei não pode abandonar Pequim, mas segundo as autoridades chinesas não se encontra em prisão domiciliária. Este proeminente artista também deve apresentar-se na polícia sempre que chamado e, apesar de ter falado informalmente com repórteres, não está autorizado a dar entrevistas aos media, ou a usar redes sociais.
O porta-voz do Ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que as restrições a Ai Weiwei serão mantidas durante um ano, enquanto ele continua sob investigação.
“Uma vez que Ai Weiwei não enfrenta qualquer acusação, a Amnistia Internacional preocupa-se que estas restrições sejam arbitrárias. Violam os seus direitos à liberdade de expressão, associação e movimento e devem ser retiradas,” afirmou Catherine Baber.

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