15 Maio 2007

As mulheres desempenham um papel central, no movimento global de defesa dos Direitos Humanos. Como activistas elas protegem e promovem os Direitos Humanos para todos. Em todos os países, de todos os estratos sociais, idades e profissões, as defensoras dos Direitos Humanos das Mulheres, exigem o respeito dos Direitos Humanos mais básicos, para as suas famílias, para as suas comunidades, para si mesmas e para os outros. Incansavelmente, procuram justiça para os seus entes queridos ou colegas, que foram torturadas, mortas, e que “desapareceram” às mãos de forças governamentais e não governamentais; apoiam os inúmeros sobreviventes de abusos dos Direitos Humanos e as suas famílias, na procura de justiça, e protestam contra a crescente impunidade da violência contra as mulheres.
 

As mulheres defensoras dos Direitos Humanos enfrentam violações específicas devido aos temas que defendem e ao seu sexo. Desafiam normas culturais, religiosas e sociais relacionadas com o papel tradicional das mulheres nas suas comunidades e na sociedade como um todo. Como resultado, vêem–se ameaçadas pela violência, especialmente se são mulheres de grupos étnicos marginalizados e, são frequentemente sujeitas a repressões e perseguições – desde abusos verbais até perseguições sexuais, violações e assassinato.

Apesar dos riscos e pressões, os activistas – homens e mulheres – continuam a defender os Direitos Humanos das Mulheres e as mulheres da violência e da discriminação.

Conheça algumas das suas histórias

Raquel Vieitas Cardoso, Portugal  

Activista na área da defesa dos Direitos das Mulheres desde 1993, Raquel Vieitas Cardoso é Presidente da Associação de Mulheres Contra a Violência desde 2001. 

“Nestes 10 anos de trabalho, tem havido mudanças significativas e foram atingidos pontos de não retorno como, por exemplo, a existência do II Plano Contra a Violência Doméstica e a criação de redes locais, articuladas e especializadas na área da violência; estas continuam a ser fundamentais na defesa dos Direitos das Mulheres. É nossa preocupação continuar a desenvolver e implementar canais de comunicação que facilitem o acesso das Mulheres à informação que lhe possa ser útil. Assim, lançamos no dia 25 de Novembro de 2005 o site da AMCV que esperamos venha a ser um instrumento importante para as Mulheres e para o combate à violência contra as Mulheres.”  

Site: www.amcv.org.pt 

 

Elisabeth Castilho, Colômbia 

altElisabeth é uma activista para os Direitos das Lésbicas, gays, transexuais e bissexuais na Colômbia. 

“ Tivemos testemunhos de mulheres… sobre as situações muito difíceis que as lésbicas enfrentam. Existe uma maior violência relativamente a estas mulheres porque elas quebraram o papel tradicional do seu género. È este o motivo pelo qual existe uma maior repressão… elas sofrem uma repressão directa nos seus corpos e nas suas vidas.”  

Rebecca Peters, IANSA-International Action Network on Small Arms  

Rebecca é a directora da IANSA, (International Action Network on Small Arms), uma rede global de organizações da sociedade civil, que lutam para acabar com a proliferação e mau uso de armas ligeiras e de pequeno porte.   

Em muitos países Africanos e da América Latina, onde as leis sobre violência doméstica começam agora a ser elaboradas, estamos a desenvolver uma campanha para incluir nas novas leis uma Cláusula que diga: ‘Os homens com um historial de violência doméstica, não deveriam ser autorizados a possuir armas”. Porque num ataque com uma arma, existem 12 vezes mais possibilidades de resultar em morte do que uma ameaça sem o uso de armas.’” 

Campanha Controlar as armas:
http://www.controlarms.org http://www.iansa.org  

Mina Watanabe, Japão 

altMina é uma activista dos Direitos Humanos das Mulheres, que se encontra no Japão a trabalhar sobre casos de mulheres em situações de conflito. Está actualmente a colaborar com a Rede Violência Contra as Mulheres em Situação de Conflito. 

“As ‘mulheres de conforto’ foram raptada, durante a Segunda Guerra Mundial e foram usadas como prostitutas pelo Exército Imperial Japonês.Como mulher japonesa que tem Direito de Voto, sinto-me responsável por obter justiça para estas mulheres e para fazer com que o Estado Japonês se responsabilize sobre o assunto. O que estas mulheres mais desejam é dar a conhecer o que lhes aconteceu, que segundo a lei internacional, são crimes de guerra e que existe a necessidade de um pedido de desculpas e de uma compensação.” 

Conheça a história das “mulheres de conforto” 
www.amnesty.org/actforwomen/confort_women-eng 
http://www1.jca.apc.org/vaw-net-japan/english/index.html     

altJenni Williams, Zimbabué 

“Ataca uma mulher e estarás a atacar uma rocha, e Nós não vamos ser demovidas” 

“A Women of Zimbabwe Arise (Woza) deu ás mulheres do Zimbabwe uma voz e uma plataforma com a qual exercer os seus Direitos… actualmente no Zimbabwe, onde as coisas estão muito difíceis economicamente, socialmente, politicamente, sentimos que as mulheres estão a carregar o peso dessa crise e deveriam ser a maior força de protesto… e manter os líderes  políticos responsáveis por aquilo que eles fizeram.” 

Jenni foi detida pela polícia no Zimbabwe pelo menos 15 vezes nos últimos dois anos. Para ela, e outras activistas da Woza, a prisão é um símbolo – uma forte chamada de atenção para o facto de que o exercício dos Direitos fundamentais no Zimbabwe, pode trazer sérios riscos.   

http://web.amnesty.org/winw/may2005/woza 
 

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