10 Julho 2018

No seguimento das notícias que dão conta que a artista Liu Xia, viúva do prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo, já deixou a China e está a caminho da Alemanha, o investigador da Amnistia Internacional para o país, Patrick Poon, comentou.

“São ótimas notícias saber que Liu Xia está finalmente livre, que chegou ao fim a perseguição que as autoridades chinesas lhe faziam e a sua detenção ilegal, quase um ano após a morte prematura e pouco digna de Liu Xiaobo”.

O perito elogia ainda a coragem da artista. “Liu Xia nunca desistiu de lutar pelo marido que esteve injustamente preso e, por isso, foi cruelmente punida. As autoridades chinesas tentaram silenciá-la, mas ela manteve-se firme na defesa pelos direitos humanos”.

Liu Xia foi ilegalmente mantida em prisão domiciliária desde que Liu Xiaobo foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, em 2010. A artista esteve a ser controlada por agentes da segurança estatal e só podia ter contacto com os seus amigos mais próximos, por telefone e apenas em circunstâncias muito limitadas.

Em abril deste ano Liu Xia disse estar “preparada para morrer” em prisão domiciliária. A confissão foi feita durante uma angustiante conversa telefónica com o seu amigo Liao Yiwu, um escritor exilado, que foi gravada e divulgada a 2 de maio de 2018.

Agora “depois de oito anos de prisão domiciliária ilegal, a saúde de Liu Xia é motivo de verdadeira preocupação”, continua Patrick Poon.

A Amnistia Internacional pede agora que “a perseguição aos familiares de Liu Xia que ainda estão na China também termine. Seria uma total insensibilidade as autoridades chinesas usarem os parentes de Liu Xia para a pressionarem a não falar”, conclui.

 

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