As vítimas do escândalo que envolveu o despejo de lixo tóxico e a empresa petrolífera Trafigura em 2006, celebram a decisão do tribunal que impede que a indemnização de 45 milhões de dólares seja entregue a uma organização que falsamente assume representar todas as vítimas.
“O que aconteceu no dia 6 de Novembro foi uma pequena vitória, mas nós ainda não recebemos a indemnização que nos é devida”, alertou Genevieve Diallo, representante de uma das vítimas do depósito de lixo tóxico em Akouedo, Abidjan, capital da Costa do Marfim. “Agora, o sistema de justiça precisa de fazer o seu trabalho de modo a que todos e cada um de nós receba o seu dinheiro de compensação.”
O dinheiro da indemnização continua numa conta congelada pelo tribunal, cabe ao escritório de advogados Leigh Day & Co. recorrer da sentença. A conta está congelada desde que a organização CNVDT-CI, afirmando que representava as vítimas, requereu a transferência do montante da indemnização para a sua conta.
O escândalo que envolve a empresa Trafigura remonta ao ano de 2006, quando lixo tóxico foi transportado pelo barco Probo Koala, alugado por aquela companhia petrolífera, até Abidjan, capital da Costa do Marfim. O lixo foi depositado em vários locais da cidade provocando uma tragédia ao nível dos Direitos Humanos, mais de 100.000 pessoas receberam assistência médica e foram contabilizadas 15 mortes.
Em Setembro deste ano, o Supremo Tribunal de Inglaterra e do País de Gales condenou a empresa Trafigura a pagar uma indemnização de 45 milhões de dólares. O montante foi transferido para uma conta criada pelos advogados das vítimas para posteriormente distribuir a quantia de forma justa. Até hoje as vítimas ainda não receberam as indemnizações.