No próximo dia 4 de Junho, pelas 19h, o CoGrupo de China da Amnistia Internacional-Portugal vai marcar o 36º aniversário do massacre de Tiananmen com a exibição do documentário “THE TANK MAN”, seguido de debate.
Entrada livre, junte-se a nós!
36º ANIVERSÁRIO DO MASSACRE DE TIANANMEN – EXIBIÇÃO FILME “THE TANK MAN”
Quando: 4 de junho, às 19h
Onde: Espaço BêDois
Rua de São João da Mata, 71
1200-850 Lisboa
Sobre o massacre da Praça de Tiananmen
Nos primeiros meses de 1989 os estudantes universitários de Pequim começaram a mostrar a sua insatisfação perante a corrupção dos responsáveis chineses, exigindo reformas políticas e económicas. As suas reivindicações suscitaram um apoio público crescente e a pouco e pouco começaram a ter lugar manifestações por toda a China. As autoridades não conseguiram deter este movimento e as tensões foram aumentando, principalmente em Pequim, até que em 20 de Maio foi imposta a lei marcial.
Na noite de 3 de Junho tropas fortemente armadas e centenas de tanques de guerra puseram-se em movimento em Pequim, para “limpar” os manifestantes pró-democracia. Muitos civis desarmados, incluindo crianças e idosos, foram mortos por disparos das tropas. Alguns eram meros curiosos que se encontravam nas ruas de acesso à Praça de Tiananmen, onde se concentravam os manifestantes. No dia 4 de Junho as tropas acabaram por controlar Pequim.
Num relatório oficial divulgado no fim de Junho de 1989, as autoridades chinesas reconheciam que mais de 3.000 civis tinham sido feridos e que mais de 200, incluindo 36 estudantes, tinham morrido. Embora os números exactos sejam desconhecidos, há inúmeros indícios de que os dados oficiais são demasiadamente baixos.
Atualmente o governo da República Popular da China tenta fazer esquecer este trágico acontecimento, perseguindo e detendo quem tenta manter viva a sua memória, como é o caso de Chow Hang-tung, advogada de Hong Kong, que anualmente promovia manifestações para relembrar o massacre da Praça de Tiananmen.
O Movimento das Folhas em Branco – 25 de Novembro de 2022
Mais recentemente outro movimento abalou o poder do governo da China – foi o Movimento das Folhas em Branco, que surgiu como reação às restrições impostas perante o ressurgimento da Covid19.
Em 24 de Novembro de 2022, um incêndio deflagrou num prédio em Urumqi, capital do Xinjiang. Os habitantes surgiram à janela pedindo socorro, mas devido às severas restrições devido à Covid 19, as portas estavam aferrolhadas: mais de 10 pessoas morreram queimadas. A notícia espalhou-se por toda a China, dando origem a um protesto generalizado, em que o governo foi posto em causa.
A inexistência de liberdade de expressão foi exposta pelos estudantes que exibiam folhas em branco, símbolo da proibição de se exprimirem.
Em 2022-2023, o cineasta Chen Pinlin filmou os protestos pacíficos que tiveram lugar em Shangai, durante o Movimento das Folhas em Branco. Estas filmagens foram incluídas num documentário intitulado “Urumqi Middle Road” que foi colocado na internet um ano após o aparecimento do Movimento. Por isso Chen Pinlin foi detido e condenado a 3 anos e meio de prisão.