9 Outubro 2009

A Amnistia Internacional apela a todos os Estados para que cessem o fornecimento de armas, munições e outro material bélico às forças militares e policiais da Guiné uma vez que estas são usadas para cometer violações dos Direitos Humanos.
A organização apela ainda à criação de uma Comissão Internacional de Inquérito para investigar as violações dos direitos humanos que tiveram lugar no início de Outubro em Conakri, nas quais se pensa que mais de 150 pessoas tenham sido assassinadas.

No dia 6 de Outubro, durante uma reunião com delegados da Assembleia Geral das Nações Unidas, a Amnistia Internacional levantou a questão da venda irresponsável de armamento à Guiné por parte de vários países. Fotografias e relatos confirmam o uso de material bélico de origem estrangeira, por parte das forças de segurança guineenses. Granadas de gás lacrimogéneo provenientes de França e veículos do Reino Unido são alguns exemplos.

 “As transferências de armas do tipo que vemos ser utilizadas para graves violações dos Direitos Humanos na Guiné e em outros locais poderiam ser evitadas se as negociações das Nações Unidas estabelecessem um Tratado sobre o Comércio de Armas eficaz, com uma regra de avaliação de risco de violação dos Direitos Humanos juridicamente vinculativa,” afirmou Brian Wood, Director do Programa de Controlo de Armas da Amnistia Internacional. É neste sentido que defendemos que a Assembleia Geral das Nações Unidas deve já este mês iniciar o processo de negociações para a criação deste Tratado.

A Amnistia Internacional recebeu com agrado o anúncio do Governo Francês que suspendeu a cooperação militar com a Guiné. A organização apela agora a todos os países, incluindo a França, para que esta suspensão inclua o cessar do fornecimento de material bélico até que o Governo da Guiné tome medidas para acabar com as violações dos Direitos Humanos e para condenar os perpetradores de crimes cometidos no início de Outubro.

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