Realizou-se ontem, 13 de Outubro, a cerimónia de entrega de um cheque no valor de 7.331 euros pela Porto Editora à Plataforma Por Darfur, da qual a Amnistia Internacional faz parte. O valor foi angariado com a venda do livro Lágrimas do Darfur, de Halima Bashir e Damian Lewis, editado em 2009 pela Albatroz, do grupo Porto Editora.

Este evento teve a participação da AI Portugal, nomeadamente de Ana Monteiro, em representação da Direcção da AI Portugal, que fez a apresentação e conduziu a cerimónia. Também o grupo de jovens da Amnistia, a ReAJ, esteve muito activo e foi fundamental na distribuição dos flyers que enquadravam o evento. Ainda da ReAJ tivemos uma ajuda preciosa da parte de dois elementos, a Mariana Belo e Sofia Lacerda, que conceberam o flyer para esta acção.
O valor angariado vai ser levado para o Darfur, já na segunda-feira, pelo missionário e será aplicado, segundo revelou, “nas escolas que já temos há vários anos na região e nos campos de refugiados onde costumamos ir”. Como referiu Manuel Alberto Valente, foi este “o contributo dos leitores portugueses para a causa do Darfur e para os que, no terreno, lutam por um mundo melhor”. A todos os que compraram o livro, o nosso agradecimento em nome da Plataforma Por Darfur.
A situação no Darfur

Recorde-se que o Sudão é, desde a sua independência, em 1956, um país dividido entre “árabes” e “africanos”: os primeiros habitam sobretudo o Norte (onde está o Governo de al-Bashir) e são maioritariamente muçulmanos, os segundos povoam o sul, são negros e pertencem a diversas religiões, não islâmicas.
Os sulistas resolveram a sua situação em Julho deste ano, ao conseguirem tornar-se independentes. Agora, indica o Padre Feliz Martins “ouvi dizer que estão mal, porque são livres. É um país a nascer, com lutas internas por resolver, mas são livres”, ressalva. Uma liberdade que pôs fim a anos de maus-tratos por parte dos muçulmanos do Norte.
Por isso mesmo, os Darfurianos querem também tornar-se um país independente, revela Feliz Martins. O missionário, porém, não acredita que tal esteja para breve: “vejo o desejo, mas não creio que seja viável, porque há quatro líderes de rebeldes na região e cada um trabalha por si”, sem qualquer unidade.
Enquanto a situação no Darfur não se altera, Feliz Martins regressa para manter as escolas que ajudou a erguer na região e para continuar a apoiar os campos de refugiados, que se perpetuam. O que irá encontrar diferente, na próxima semana, é a ausência de cristãos, pois todos terão rumado ao novo Sudão do Sul. Continuará a sua missão com os Darfurianos, pois, para o missionário, somos todos iguais!
Beat for Peace

A Plataforma Por Darfur é dinamizada pela Africa-Europe Faith and Justice Network, pela Amnistia Internacional, pelos Missionários Combonianos, pela Comissão Justiça e Paz dos Religiosos, pela Fundação AIS, pela Fundação Gonçalo da Silveira e pela Associação Mãos Unidas Padre Damião.


