13 Junho 2019

A petição que exige a libertação de Nasrin Sotoudeh juntou 1.188.381 pessoas de mais de 200 países e territórios, até ao passado dia 10 de junho. As assinaturas vão ser entregues nas embaixadas iranianas espalhadas por todo o mundo. Portugal contribuiu com 11.179.

“A injustiça do seu caso tocou os corações de centenas de milhares de pessoas que, numa demonstração de solidariedade, levantaram as vozes para exigir a sua liberdade”

Philip Luther, diretor de Investigação e Advocacy para a região do Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional

“A sentença cruel dada a Nasrin Sotoudeh, por defender os direitos das mulheres e ser contra as leis discriminatórias e degradantes do uso forçado do véu no Irão, teve impacto em todo o mundo. A injustiça do seu caso tocou os corações de centenas de milhares de pessoas que, numa demonstração de solidariedade, levantaram as vozes para exigir a sua liberdade”, afirma o diretor de Investigação e Advocacy para a região do Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional, Philip Luther.

No dia 13 de junho do ano passado, agentes de segurança detiveram Nasrin Sotoudeh em casa. A advogada é uma proeminente defensora dos direitos humanos, tendo sido condenada a 38 anos e meio de prisão e 148 chicotadas, após dois julgamentos injustos.

Para marcar o primeiro ano de cadeia, a Amnistia Internacional está a organizar a entrega das assinaturas com o apelo de libertação endereçado às autoridades iranianas. Segundo as diretrizes atuais, Nasrin Sotoudeh terá de cumprir, pelo menos, 17 anos de prisão.

“Hoje, estamos a enviar uma mensagem clara: o mundo está atento e a nossa campanha continuará até que Nasrin Sotoudeh seja livre”

Philip Luther, diretor de Investigação e Advocacy para a região do Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional

“Esperamos que o apoio à campanha da Amnistia Internacional mostre a Nasrin Sotoudeh que, apesar de ter de enfrentar uma situação angustiante, não está sozinha. A sua detenção expôs, à cena internacional, as profundezas da repressão das autoridades iranianas. Hoje, estamos a enviar uma mensagem clara: o mundo está atento e a nossa campanha continuará até que Nasrin Sotoudeh seja livre”, sublinha Philip Luther.

O caso de Nasrin Sotoudeh simboliza a repressão mais ampla que as autoridades do Irão têm levado a cabo, nos últimos anos, para aniquilar e silenciar a sociedade civil. A Amnistia Internacional pede o fim dos ataques a todos os defensores dos direitos humanos.

“Precisamos de enfrentar as violações dos direitos humanos onde quer que estejam a acontecer”

Philip Luther, diretor de Investigação e Advocacy para a região do Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional

“Esta campanha demonstra que o que nos une, seja na Argentina, nos Camarões, no Japão, no Paquistão ou em Espanha, é a nossa humanidade comum e que precisamos de enfrentar as violações dos direitos humanos onde quer que estejam a acontecer”, nota Philip Luther.

O caso passo a passo

Nasrin Sotoudeh dedicou a vida a trabalhar pelos direitos humanos de forma pacífica. A advogada iraniana opôs-se às leis discriminatórias do véu e à pena de morte. Há um ano, foi detida em casa.

Em março deste ano, foi condenada a 33 anos e meio de prisão e 148 chicotadas pelo trabalho que tem desenvolvido. Desta pena terá de cumprir, pelo menos, 12 anos. Antes, em setembro de 2016, Nasrin Sotoudeh já tinha sido condenada a cinco anos de prisão, no âmbito de outro processo também relacionado com a defesa dos direitos humanos.

A Amnistia Internacional acompanhou os dois casos e, em Portugal, reunimos 11.179 assinaturas. A nossa luta chegou ao programa 5 Para a Meia Noite, da RTP1, no início de maio.

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