BOAS NOTÍCIAS:
A 13 de dezembro, na sequência de um acordo com os Estados Unidos da América (EUA) para aliviar as sanções às exportações de potássio do país, as autoridades bielorrussas libertaram 123 prisioneiros, incluindo Maryia Kalesnikava.
Apesar de celebrar esta notícia, a Amnistia Internacional relembra que esta libertação não apaga um sistema que ainda mantém centenas, senão milhares, de outras pessoas a definhar atrás das grades apenas por se terem manifestado. Salienta ainda que Maryia Kalesnikava não deveria ter passado um único dia na prisão, devendo receber reparações pelas graves violações de direitos humanos a que foi sujeita durante os mais de cinco anos em que esteve detida. Para além disso, todos os funcionários envolvidos na sua detenção injusta – independentemente do seu cargo – devem ser responsabilizados.
Para esta vitória contribuíram milhares de pessoas em todo o mundo que pressionaram o governo bielorrusso a libertar Maryia Kalesnikava. Em Portugal, mais de 14 637 pessoas assinaram a petição a apelar à sua libertação. Muito Obrigada!
Maryia Kalesnikava foi um dos casos da edição da Maratona de Cartas 2024/2025!
Continue a agir e a criar um mundo melhor connosco:
A ativista política Maryia Kalesnikava desafiou o governo repressivo da Bielorrússia. A 7 de setembro de 2020, Maryia foi raptada pelas autoridades bielorrussas, detida e posteriormente condenada a 11 anos de prisão com base em falsas acusações.
Qual é o problema?
Flautista profissional, Maryia Kalesnikava tinha uma vida repleta de música e arte. É apaixonada por conhecer pessoas e aprender com elas, e sonha com uma Bielorrússia onde todos sejam respeitados e possam falar livremente.
Durante as eleições presidenciais de 2020, todos os principais candidatos do sexo masculino que deveriam concorrer contra o atual presidente Alyaksandr Lukashenka foram presos ou forçados a fugir do país, pelo que Maryia aderiu à campanha da candidata presidencial independente Svyatlana Tsikhanouskaya.
A eleição foi considerada fraudulenta e Alyaksandr Lukashenka regressou para o seu sexto mandato. Após as eleições, Svyatlana foi forçada a exilar-se e Maryia tornou-se a figura de maior destaque da oposição. Esteve na linha da frente dos protestos pacíficos, enfrentando agentes da polícia abusivos e fazendo um símbolo em forma de coração com as mãos diante da polícia de choque.
A 7 de setembro de 2020, Maryia foi raptada pelas autoridades bielorrussas. Arrastada para uma carrinha por homens mascarados, foi levada para a fronteira, onde foi intimidada e pressionada a abandonar o país. Fugiu pela janela da carrinha e rasgou o passaporte para resistir à deportação. Maryia foi presa, detida e, mais tarde, condenada a 11 anos de prisão, acusada de “atentar contra a segurança nacional” e de “extremismo”.
Maryia está presa em condições deploráveis. Tem acesso limitado aos cuidados de saúde de que necessita. Durante mais de um ano foi-lhe negada qualquer comunicação com a família e está isolada dos outros reclusos dentro da prisão.
O que pode fazer para ajudar?
Assine a petição e exija que Maryia seja imediatamente libertada da prisão e que a sua condenação injusta seja anulada.
Todas as assinaturas serão enviadas pela Amnistia Internacional.
Atualização: Já no decorrer da Maratona de Cartas, a 12 de novembro de 2024, o pai de Maryia Kalesnikava teve autorização para a visitar na prisão, o que não acontecia desde novembro de 2022.
Texto da carta a enviar
Ex.mo Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia,
Apelo a Vossa Excelência para que tome todas as medidas necessárias para libertar imediatamente Maryia Kalesnikava, que foi arbitrariamente detida e acusada com base em acusações falsas.
Maryia foi condenada a onze anos de prisão pelo simples facto de ter exercido o seu direito à liberdade de expressão e de associação, manifestando-se contra as detenções arbitrárias e os abusos do processo eleitoral durante as eleições presidenciais, amplamente contestadas, na Bielorrússia em 2020.
Além disso, apelo a que sejam tomadas todas as medidas necessárias para proteger a Maryia da tortura e de outros maus-tratos, que lhe seja facultado o acesso a cuidados de saúde adequados, que lhe seja permitido o contacto com os seus advogados e familiares, que a sua condenação injusta seja anulada e que o seu nome seja retirado da lista governamental de pessoas envolvidas em “atividades terroristas”.
Cumprimentos,
Letter
Dear Minister,
I am calling on you to take all necessary steps to immediately release Maryia Kalesnikava, who has been arbitrarily arrested and prosecuted under trumped-up charges. Maryia has been sentenced to 11 years in prison simply for exercising her right to freedom of expression and association, speaking out against arbitrary arrests and abuses of the electoral process during the widely disputed presidential election in Belarus in 2020.
Furthermore, I demand that all necessary measures are taken to protect Maryia from torture and other ill-treatment, provide her with access to adequate healthcare, allow her contact with her lawyers and family, overturn her unjust conviction, and delete her name from the government’s list of individuals involved in “terrorist activities”.
Yours sincerely,


