17 Outubro 2025

 

A Amnistia Internacional – Portugal condena a aprovação na generalidade do projeto-lei do Chega que prevê a proibição da ocultação do rosto em espaços públicos.

A proposta é discriminatória e viola os direitos humanos das mulheres que optam por usar um véu para cobrir o rosto, além de ter ainda implicações no direito à privacidade, no direito à liberdade de expressão e no direito à liberdade de reunião e manifestação pacíficas. 

No que diz respeito ao uso de símbolos religiosos, a proibição total de cobrir o rosto viola os direitos à liberdade de expressão e religião das mulheres que usam a burca ou o niqab em público como expressão da sua identidade ou crenças.

Nenhum decisor político deve ditar o que uma mulher pode ou não vestir, e nenhuma mulher deve ser punida por exercer a sua fé, identidade cultural ou crenças.

Longe de defender os direitos das mulheres, uma proibição geral como essa violaria os direitos daquelas que optam por usar véus que cobrem todo o rosto, ao mesmo tempo em que pouco contribuiria para proteger aquelas que o fazem contra a sua vontade, que correm o risco de maior exclusão ou confinamento como resultado.

O texto do projeto-lei invoca como motivos “a proteção e garantias de segurança dos cidadãos que se encontram no território nacional” e ainda “a dignidade e respeito pelas mulheres que devem nortear qualquer estado de direito”.

A Amnistia Internacional considera que questões legitimas de segurança podem ser atendidas por restrições específicas ao uso de véus que cobrem totalmente o rosto em locais de alto risco bem definidos. Os indivíduos também podem ser obrigados a revelar os seus rostos quando objetivamente seja necessário, por exemplo, para verificações de identidade. Restrições que já estão previstas na lei portuguesa.

A Amnistia Internacional tem ainda sérias dúvidas sobre a compatibilidade desta proibição com as obrigações do país ao abrigo do direito internacional em matéria de direitos humanos. 

A proposta que recebeu os votos favoráveis dos grupos parlamentares do PSD, CDS-PP, IL e Chega, serve acima de tudo para alimentar a polarização da sociedade.

 

Perguntas Relacionadas

O que prevê o projeto de lei recentemente aprovado e criticado pela Amnistia Internacional?

O projeto de lei aprovado estabelece a proibição de ocultar o rosto em espaços públicos, medida que a Amnistia Internacional considera discriminatória e desproporcional, especialmente para certos grupos sociais.

Por que razões a Amnistia Internacional se opõe a esta proibição?

A organização argumenta que a medida viola direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e de religião, além de poder agravar a discriminação contra minorias, como mulheres muçulmanas que usam véu integral.

Quais grupos podem ser mais afetados por esta lei, segundo a Amnistia Internacional?

A lei pode impactar desproporcionalmente mulheres muçulmanas que utilizam o niqab ou burca, bem como outras pessoas que, por motivos religiosos, culturais ou de saúde, necessitam de cobrir o rosto em público.

A proibição da ocultação do rosto em espaços públicos é uma medida comum noutros países?

Sim, alguns países europeus já implementaram restrições semelhantes, mas a Amnistia Internacional alerta que estas leis frequentemente geram estigma e exclusão, em vez de promoverem a segurança ou a coesão social.

Quais alternativas sugere a Amnistia Internacional em vez desta proibição?

A organização defende que, em vez de proibições gerais, devem ser adotadas abordagens específicas e proporcionais, como medidas de segurança direcionadas, que não criminalizem práticas culturais ou religiosas.

Esta lei pode ter consequências além da discriminação?

Segundo a Amnistia Internacional, a medida pode levar a um aumento da vigilância arbitrária, multas desnecessárias e até conflitos sociais, além de minar a confiança nas instituições por parte das comunidades afetadas.

⚠️ Este painel de questões relacionadas foi criado com IA mas revisto por um humano.

Artigos Relacionados

Skip to content

Bem-vind@ à Amnistia Internacional Portugal!

Junta-te a nós!