30 Outubro 2025

 

  • Decisão é vitória há muito esperada pelas vítimas de violação e o culminar de anos de campanha por parte de ativistas, organizações feministas e sobreviventes de violência sexual
  • “A alteração do código penal terá um amplo impacto educativo, essencial para estabelecer uma cultura de consentimento na sociedade e na formação dos envolvidos no sistema jurídico” – Lola Schulmann
  • Além de França, dezasseis Estados-membros da União Europeia já introduziram definições de violação baseadas no consentimento na sua legislação

 

 

A Amnistia Internacional reagiu à votação do Senado francês, que decidiu, a 29 de outubro, introduzir uma definição de violação baseada no consentimento no código penal daquele país. Lola Schulmann, responsável pela defesa da justiça de género na Amnistia Internacional França, afirmou, a propósito, que “a adoção desta lei é um passo histórico. É uma vitória há muito esperada pelas vítimas de violação e o culminar de anos de campanha incansável por parte de ativistas, organizações feministas e sobreviventes de violência sexual”.

Lola Schulmann defendeu ainda que “a alteração do código penal terá um amplo impacto educativo, essencial para estabelecer uma cultura de consentimento na sociedade e na formação dos envolvidos no sistema jurídico”.

Para a responsável, “dar este passo final para alterar a lei desatualizada e reconhecer que o sexo não consensual é violação ajudará a prevenir e combater a violência sexual e a melhorar o acesso à justiça para as vítimas de violência sexual”.

“Dar este passo final para alterar a lei desatualizada e reconhecer que o sexo não consensual é violação ajudará a prevenir e combater a violência sexual e a melhorar o acesso à justiça para as vítimas de violência sexual.”

Lola Schulmann

“A adoção da lei será crucial para mudar as atitudes em relação à violação, mas não é uma solução milagrosa. Uma verdadeira mudança de paradigma exigirá recursos financeiros substanciais e uma perspetiva verdadeiramente interseccional na sua implementação para pôr fim à impunidade da violência sexual e baseada no género”, concluiu Lola Schulmann.

 

Contexto

O projeto de lei aprovado hoje pelo Senado foi votado na Assembleia Nacional a 23 de outubro.

Dezasseis Estados-membros da União Europeia já introduziram definições de violação baseadas no consentimento na sua legislação: Bélgica, Croácia, Chéquia, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Eslovénia, Espanha e Suécia.

A Islândia, a Noruega, a Suíça e o Reino Unido também têm definições semelhantes de violação na sua legislação, em conformidade com o direito internacional em matéria de direitos humanos, incluindo a Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica, também conhecida como “Convenção de Istambul”.

 

Perguntas Relacionadas

O que mudou recentemente no código penal francês em relação ao consentimento?

O código penal francês foi alterado para definir explicitamente que uma relação sexual sem consentimento livre e esclarecido constitui violação. Esta modificação representa um avanço significativo na proteção das vítimas, eliminando ambiguidades anteriores sobre o que configura violação.

Por que esta alteração no código penal francês é considerada uma “vitória histórica”?

A mudança é vista como histórica porque, pela primeira vez, o consentimento passa a ser o elemento central na definição legal de violação. Antes, a legislação dependia frequentemente da prova de violência, ameaça ou surpresa, o que dificultava a condenação de agressores em muitos casos.

Como era tratado o crime de violação em França antes desta alteração?

Anteriormente, o código penal francês exigia que a violação fosse comprovada através de violência, coerção, ameaça ou surpresa. Isto significava que situações em que a vítima não tinha dado consentimento, mas não havia provas destes elementos, muitas vezes não eram reconhecidas como violação.

Que impacto esta alteração pode ter nas vítimas de violação em França?

A nova lei facilita o reconhecimento legal das agressões sexuais, permitindo que mais vítimas obtenham justiça. Ao centrar-se no consentimento, reduz-se a necessidade de provar outros fatores, o que pode encorajar mais pessoas a denunciar e aumentar as condenações dos agressores.

Esta mudança na lei francesa segue alguma tendência internacional?

Sim, a França junta-se a outros países, como a Suécia e a Bélgica, que já adotaram legislações baseadas no consentimento. Esta abordagem reflete uma evolução global no combate à violência sexual, alinhando-se com padrões internacionais de direitos humanos.

Qual foi a posição da Amnistia Internacional sobre esta alteração na lei francesa?

A Amnistia Internacional saudou a mudança como um passo crucial para a justiça e a igualdade de género. A organização destacou que esta reformulação legal reforça a proteção das vítimas e envia uma mensagem clara de que o consentimento é fundamental em qualquer relação sexual.

⚠️ Este painel de questões relacionadas foi criado com IA mas revisto por um humano.

Artigos Relacionados

Skip to content

Bem-vind@ à Amnistia Internacional Portugal!

Junta-te a nós!