10 Outubro 2023

Na sequência do catastrófico terramoto que atingiu a província ocidental de Herat, no Afeganistão, durante o último fim de semana, Zaman Sultani, investigador regional da Amnistia Internacional para o Sul da Ásia, apela às autoridades talibãs “para que satisfaçam as necessidades imediatas e essenciais das comunidades afetadas pela tragédia”.

O investigador defende que “os esforços de salvamento e de socorro devem ser levados a cabo sem discriminação e em conformidade com as normas internacionais em matéria de direitos humanos”.

“É fundamental que toda a assistência vá ao encontro das necessidades dos grupos de maior risco, que frequentemente enfrentam desafios acrescidos em situações de crise, incluindo as mulheres, as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência”, referiu.

“Com os meses de inverno pela frente, a Amnistia Internacional apela às autoridades e à comunidade internacional para que mobilizem imediatamente recursos para apoiar o acesso à habitação, à alimentação adequada, à água potável, ao saneamento seguro e aos cuidados de saúde, uma vez que milhares de famílias enfrentam um futuro incerto com as suas casas destruídas pelo terramoto”

Zaman Sultani

Zaman Sultani recorda que “as pessoas no Afeganistão já estão a sofrer os impactos da crise económica aguda e de vários anos de conflito”. “Com os meses de inverno pela frente, a Amnistia Internacional apela às autoridades e à comunidade internacional para que mobilizem imediatamente recursos para apoiar o acesso à habitação, à alimentação adequada, à água potável, ao saneamento seguro e aos cuidados de saúde, uma vez que milhares de famílias enfrentam um futuro incerto com as suas casas destruídas pelo terramoto. As autoridades devem também garantir o acesso seguro e sem restrições das agências humanitárias às regiões afetadas”.

 

Contexto

A 8 de outubro, um forte terramoto atingiu a província ocidental de Herat, no Afeganistão. Foi um dos sismos mais mortíferos do mundo durante este ano, registando-se mais de 2400 mortos, segundo as autoridades talibãs, e mais de 1000 mortos e 1600 feridos, de acordo com os números do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (UNOCHA) no Afeganistão.

O sistema de saúde do Afeganistão, que depende quase inteiramente da ajuda externa, sofreu cortes devastadores nos dois anos que se seguiram à tomada do poder pelos Talibãs e à suspensão de grande parte da assistência internacional. Os esforços de ajuda humanitária podem também ser afetados pela proibição de as mulheres afegãs trabalharem para a ONU e para outras ONG no Afeganistão.

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