10 Dezembro 2019

O diretor regional para a África Austral da Amnistia Internacional, Deprose Muchena, afirma que a forte mobilização de efetivos de segurança, munidos de cassetetes e armas para impedir uma marcha pacífica pela independência de Cabinda, é “mais uma indicação de que as autoridades não estão preparadas para tolerar discordâncias”. 

“Esta utilização de táticas ilegais e intimidatórias para reprimir um protesto pacífico despreza totalmente os direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica”, prossegue o mesmo responsável.

Os líderes do protesto e dezenas de outras pessoas acabaram por ser detidos. Deprose Muchena nota que todos “devem ser libertados imediata e incondicionalmente”. “As pessoas devem ter a possibilidade de exercer livremente os seus direitos humanos. Angola só pode beneficiar com a pluralidade de vozes”, conclui.

Contexto

Um grupo de manifestantes reuniu-se, hoje, em Cabinda, por um referendo de autonomia da província, alegando que os cidadãos estão a ser marginalizados. Em resposta, as forças de segurança saíram em elevado número para ruas, com o objetivo de bloquear a marcha.

Arão Bula Tempo, um proeminente advogado de direitos humanos, viu a sua casa cercada por polícias armados antes do protesto. Acredita-se que está sob vigilância pelo trabalho que tem desenvolvido e pelas suas opiniões políticas.

A maior parte da produção de petróleo em Angola tem origem na província de Cabinda. Este recurso é o principal motor da economia do país.

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