Este domingo, 2 de outubro, na Casa de Teatro de Sintra pelas 16h00, existirá uma sessão especial da peça “Harveys, Nunca Mais!”,de Chantal Bilodeau, que traz a palco as preocupações atuais da sociedade, desafiando o público a analisá-las, percebê-las e olhar para elas com humor, determinação e esperança.
Por todo o mundo, os efeitos opressores e violentos de múltiplos “Harveys” têm sido visíveis. A analogia da palavra Harvey com os desafios de direitos humanos tem início na história da protagonista que, ao fugir de um ambiente marcado por violência doméstica por parte do seu marido Harvey, se apercebe de tantos outros Harveys existentes – o Tornado Harvey com o seu impacto devastador na vida de milhares de pessoas ou Harvey Weinstein, produtor de Hollywood cujo comportamento abusivo despoletou o movimento #metoo.
“Os “Harveys” são uma metáfora para vários dos problemas que a nossa sociedade enfrenta nos dias de hoje. Através da história e viagem da protagonista, surgem temas como a violência contra mulheres, alterações climáticas ou migração, mas não de uma forma pesada ou forçada. É um espetáculo de teatro que através da sua abordagem poética procura também devolver alguma esperança”, ressalva Susana C. Gaspar, encenadora da peça.
“Os “Harveys” são uma metáfora para vários dos problemas que a nossa sociedade enfrenta nos dias de hoje”
Susana C. Gaspar
Parte da missão da Amnistia Internacional é também garantir que todas as pessoas que se mobilizam para defender os seus direitos humanos perante os “Harveys” – da repressão, da violência policial, da discriminação, da desresponsabilização perante as alterações climáticas e tantos outros – são protegidas e ouvidas. A nova campanha global da organização, “Protege a Liberdade”, pretende apoiar pessoas e movimentos que atuam por mudanças positivas na esfera dos direitos humanos e que são uma voz ativa e dissidente contra os “Harveys” das sociedades. O direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica tem enfrentado retrocessos em vários países, por isso a sua defesa é mais fundamental do que nunca.
“Seja no teatro, nas ruas, no trabalho jornalístico e das próprias ONG, a voz contra a repressão – muitas vezes violenta – dos Harveys não pode ser silenciada. Há Harveys a crescer, como a descredibilização e omissão do impacto real das alterações climáticas, onde carecemos de tempo e de medidas que, à data, sejam ambiciosas o suficiente para proteger a nossa vida e planeta. Sobre temas como este, trazer as problemáticas de direitos humanos para a agenda e desafiá-las é tão urgente, como crucial”, refere Paulo Fontes, diretor de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional – Portugal.
“Seja no teatro, nas ruas, no trabalho jornalístico e das próprias ONG, a voz contra a repressão – muitas vezes violenta – dos Harveys não pode ser silenciada. […] Trazer as problemáticas de direitos humanos para a agenda e desafiá-las é tão urgente, como crucial”
Paulo Fontes
Após a estreia de “Harveys, Nunca Mais!”, existirá uma conversa aberta sobre os desafios atuais da sociedade com Susana C. Gaspar, encenadora da peça, Pedro A. Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional – Portugal e Julia Bentz, coordenadora do projeto ART FOR ADAPTATION e investigadora de temas relacionados com a interação entre sistemas sociais e ecológicos. O valor dos bilhetes da peça reverterá para apoiar o trabalho da Amnistia Internacional na proteção dos direitos humanos, também no âmbito da campanha “Protege a Liberdade”.
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