25 Junho 2021

Como sinal de solidariedade com a comunidade LGBTI húngara, a Amnistia Internacional distribuiu bandeiras arco-íris aos adeptos de futebol no jogo Alemanha-Hungria do Campeonato Europeu de futebol, que decorreu em Munique.

A Amnistia Internacional, em conjunto com a Christopher Street Day Germany, distribuiu bandeiras arco-íris aos adeptos do jogo de futebol entre a seleção alemã e húngara, realizado na passada quarta-feira, 23 de junho, para passar uma mensagem de solidariedade com a comunidade lésbica, gay, bissexual, transexual e intersexual (LGBTI) da Hungria durante o jogo.

Dávid Vig, diretor da secção húngara da Amnistia Internacional, realça: “É um sinal de esperança para todos os membros da comunidade LGBTI na Hungria, quando proporcionamos um cenário arco-íris, em frente e dentro do próprio estádio, no jogo de Munique, e o capitão da seleção alemã usa uma braçadeira, também ela arco-íris – em particular, após a aprovação da recente lei anti-LGBTI na Hungria”.

O parlamento húngaro aprovou na passada terça-feira, 15 de junho, uma lei que proibia representações não heterossexuais – quer em livros escolares, quer em filmes.

“Este é um passo muito triste para a Hungria. Esta lei irá fazer desaparecer, verdadeiramente, a comunidade LGBTI dos meios de comunicação e do sistema educativo húngaro”, afirma Dávid Vig. A Amnistia Internacional, e outras organizações, assim como milhares de pessoas, protestaram contra a decisão parlamentar. “A adoção desta disposição no próprio ‘Mês do Orgulho’ é uma afronta complementar”, reforça Vig.

“Ficaríamos satisfeitos se uma federação desportiva tão grande como a UEFA, empenhada na diversidade e no tratamento justo das minorias, criticasse publicamente a lei homofóbica e transfóbica da Hungria”

Dávid Vig, diretor da secção húngara da Amnistia Internacional

A UEFA poderia também tomar uma posição, afirmou a Amnistia Internacional. “Ficaríamos satisfeitos se uma federação desportiva tão grande como a UEFA, empenhada na diversidade e no tratamento justo das minorias, criticasse publicamente a lei homofóbica e transfóbica da Hungria. A federação deve também tomar medidas contra as declarações anti-LGBTI no próprio estádio. É uma pena que a UEFA tenha rejeitado este sinal claro de solidariedade de iluminar a Allianz Arena com as cores do arco-íris”, diz Vig.

Durante o jogo Hungria-Portugal, em Budapeste, os adeptos húngaros exibiram uma faixa com a inscrição “Anti-LMBTQ” (abreviatura para LGBTI em húngaro). A foto destes adeptos foi partilhada nos meios de comunicação social e, os media em todo o mundo, noticiaram o incidente homofóbico e transfóbico. “A marginalização da comunidade LGBTI não deve ter lugar numa sociedade que respeite os direitos humanos – nem no estádio, nem fora dele”, menciona Vig.

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