20 Outubro 2023

Em resposta às crescentes restrições impostas por várias autoridades na Europa às manifestações pacíficas em defesa dos direitos humanos dos palestinianos, Esther Major, diretora-adjunta de Investigação da Amnistia Internacional para a Europa, considerou esta sexta-feira que “as pessoas devem poder expressar pacificamente o seu pesar, as suas preocupações e a sua solidariedade pelos civis”.

 “As consequências devastadoras dos bombardeamentos israelitas e do bloqueio ilegal a Gaza estão, compreensivelmente, a levar muitas pessoas na Europa a manifestarem-se pelos direitos dos palestinianos. No entanto, em muitos países europeus, as autoridades estão a restringir ilegalmente o direito à manifestação. As medidas vão desde as que visam determinados cânticos, bandeiras e cartazes palestinianos, até às que sujeitam os manifestantes à brutalidade policial e à detenção. Em alguns casos, as manifestações foram totalmente proibidas”, afirmou.

“Em muitos países europeus, as autoridades estão a restringir ilegalmente o direito à manifestação. As medidas vão desde as que visam determinados cânticos, bandeiras e cartazes palestinianos, até às que sujeitam os manifestantes à brutalidade policial e à detenção”

Esther Major

Esther Major dá o exemplo das autoridades alemãs “que proibiram a grande maioria das manifestações a favor dos direitos dos palestinianos e, na terça-feira, o governo francês foi informado pelo mais alto tribunal administrativo de que não podia impor uma proibição geral de todas as manifestações de apoio aos palestinianos”.

“No Reino Unido, teme-se que as cartas enviadas pelos ministros do governo britânico aos representantes das autoridades policiais estejam a tentar influenciá-los ou sejam utilizadas pelos diretores das escolas e colégios como pretexto para restringirem indevidamente a liberdade de expressão ou de associação. A Amnistia Internacional apelou a todos os políticos para que sejam responsáveis na utilização da sua linguagem e evitem usar uma retórica divisiva”, sublinhou.

“Na Suíça, no próximo fim de semana, todas as manifestações relacionadas com o conflito foram proibidas em Zurique e no cantão de Basileia-Cidade e, em Berna, todas as manifestações foram proibidas”, alertou a diretora-adjunta de Investigação da Amnistia Internacional para a Europa, apelando ainda “às autoridades de toda a Europa para que protejam e facilitem o direito de todos a expressarem-se e a reunirem-se pacificamente”.

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