7 Fevereiro 2024

 

  • Assinala-se hoje, a 7 de fevereiro, quatro meses desde os ataques de 7 de outubro e de um escalar de violência sem precedentes no conflito entre o Estado de Israel e o Hamas

 

Durante este período, a Amnistia Internacional foi sucessivamente alertando para a urgência de um cessar-fogo por ambas as partes, para a necessidade da proteção de todos os civis, para a libertação dos reféns e para o acesso, cada vez mais imprescindível, da ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Neste dia, o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro A. Neto, sublinha aquele que é o maior desejo e a maior necessidade para este conflito que assola o Médio Oriente: “Queremos paz. A única forma de lá chegar é com um cessar-fogo imediato. Só através deste cessar-fogo, os civis palestinianos podem receber a ajuda humanitária urgente, os reféns israelitas podem ser resgatados e as partes, bem como a comunidade internacional, podem começar a falar das causas profundas deste conflito e caminhar em direção à paz”.

“Só através deste cessar-fogo, os civis palestinianos podem receber a ajuda humanitária urgente, os reféns israelitas podem ser resgatados e as partes, bem como a comunidade internacional, podem começar a falar das causas profundas deste conflito e caminhar em direção à paz”

Pedro A. Neto

Para marcar este dia, a Amnistia Internacional recorda também Nidal al-Waheidi e Haitham Abdelwahe, jornalistas da Faixa de Gaza que foram detidos pelas forças israelitas a 7 de outubro, quando faziam a reportagem do ataque liderado pelo Hamas. Desde então, ambos estão detidos em condições que constituem um desaparecimento forçado. As autoridades israelitas têm-se recusado a revelar informações sobre o seu paradeiro ou os fundamentos legais da sua detenção, não partilhando sequer a confirmação de que ainda estão vivos. Sobre este caso, a Amnistia Internacional apela às autoridades israelitas para que divulguem imediatamente a localização destes jornalistas e os motivos legais da sua detenção, lhes conceda acesso a representação legal e lhes garanta um tratamento humano. A menos que sejam acusados de um crime internacionalmente reconhecido, devem ser imediatamente libertados.

Fotografia de Nidal Al Waheidi

 

Fotografia de Haitham Abdelwahed

 

As autoridades israelitas têm-se recusado a revelar informações sobre o seu paradeiro ou os fundamentos legais da sua detenção, não partilhando sequer a confirmação de que ainda estão vivos

 

Como noutros conflitos, as vidas dos civis têm sido severamente impactadas. Na Faixa de Gaza, mais de 26.000 palestinianos (na sua maioria civis), foram mortos pelo Estado de Israel e acredita-se que cerca de 10.000 ainda estejam desaparecidos por baixo dos escombros. Nesta região, pelo menos 1.8 milhões de palestinianos estão deslocados internamente, privados do acesso a alimentos, água, abrigo, saneamento e assistência médica adequados.

Ao longo dos últimos quatro meses, a Amnistia Internacional condenou igualmente os crimes de guerra cometidos pelo Hamas e por outros grupos armados a 7 de outubro, como a tomada de reféns e a morte deliberada de civis, bem como os contínuos ataques indiscriminados com rockets. A organização tem instado repetidamente à investigação das violações do direito internacional por todas as partes e a um cessar-fogo imediato e sustentado, à libertação de todos os reféns civis ainda detidos por grupos armados na Faixa de Gaza, à libertação dos palestinianos detidos arbitrariamente pelo Estado de Israel e ao fim do cerco ilegal e desumano à Faixa de Gaza por parte do Estado de Israel.

A organização tem instado repetidamente à investigação das violações do direito internacional por todas as partes e a um cessar-fogo imediato e sustentado

No que concerne à grave situação humanitária na Faixa de Gaza, e à luz da recente decisão de, pelo menos, nove países doadores suspenderem o financiamento da Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA), a Amnistia Internacional lembra que, para estas pessoas, a UNRWA é a única tábua de salvação e insta os Estados a reverterem as suas decisões. Ao mesmo tempo, sublinha que as alegações sobre o envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques de 7 de outubro são graves e necessitam de ser investigadas de forma independente. Qualquer pessoa contra a qual existam suficientes provas admissíveis deve ter direito a um julgamento justo. No entanto, as alegadas ações de alguns indivíduos não podem ser um pretexto para cortar um tipo de assistência que pode salvar vidas, já que isto pode equivaler a um ataque coletivo.

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