19 Fevereiro 2009

(ACÇÃO ENCERRADA)

Em Janeiro de 2002 começaram a chegar ao centro de detenção de Guantánamo os primeiros prisioneiros vindos do Afeganistão. Hoje, sete anos depois, 240 pessoas continuam detidas na prisão norte-americana, estando a maioria sem qualquer acusação formal.

Recorde-se que já passaram por Guantánamo 778 homens, tendo 538 sido já ilibados. Apesar de inocentes, todos os presos de Guantánamo foram torturados.

Neste 7.º ano de existência do centro de detenção, a Amnistia Internacional está a promover uma acção de solidariedade para com os seus detidos. Ajude-nos a levar a esperança a estas pessoas que continuam presas. Como? Basta escrever mensagens de solidariedade, pois uma palavra pode fazer toda a diferença!
 

 

Esta campanha começou em Janeiro e estará activa até 1 de Maio. Todos os meses disponibilizamos a história de três detidos a quem é permitido escrever cartas. Em Janeiro pedimos-lhes que escrevesse a Omar Hamzayavich Abdulayev, Omar Khadr e Binyam Mohamed, e os seus casos continuam aqui disponíveis.

altEste mês de Fevereiro apresentamos a história de mais três prisioneiros de Guantánamo:

Shaker Aamer, Saudita (Detido número ISN 239)
Shaker Aamer nasceu na Arábia Saudita a 12 de Dezembro de 1968. É um antigo negociador de terrenos, residente no Reino Unido. Casado e pai de quatro filhos, foi detido em Dezembro de 2001, no Afeganistão, onde estava a fazer trabalho comunitário desde Agosto do mesmo ano. Em Guantánamo, participou em várias greves de fome e, segundo o seu advogado, conseguiu uma cedência dos militares para a criação de uma Comissão de Queixas, que entre outras reivindicações exigia o tratamento humano dos presos, ao abrigo das Convenções de Genebra. Porém, em Setembro de 2005, dias após a formação da Comissão, os militares dissolveram-na e enviaram Shaker para a prisão solitária no Campo Echo, ainda em Guantánamo.

Testemunho de Shaker: “Estou a morrer aqui todos os dias, física e psicologicamente… Estou com muitos problemas por causa da água suja e amarela… Tenho problemas pulmonares por causa dos químicos que eles põem no chão. Aos 40 anos já tenho artrose porque durmo numa cama de ferro, e eles usam ar condicionado gelado durante o interrogatório. Tenho problemas nos olhos devido às luzes fluorescentes que estão ligadas permanentemente durante 24 horas. Oiço zumbidos por causa do barulho incessante… Tenho úlceras e constantes cólicas/diarreia por causa da comida. Tornaram-me paranóico, por isso não posso confiar em ninguém… Eu tinha mais de 100 quilos e passei a ter pouco mais de 50 quilos por causa da greve de fome”.

Assista ao vídeo sobre Shaker Aamer em http://www.youtube.com/watch?v=qdv8ivTStjQ

altRavil Mingazov, Russo(Detido número ISN 702)
Ravil Mingazov nasceu a 05 de Dezembro de 1967, em Bolsheretski, na Rússia. É um antigo bailarino muçulmano, que abandonou o país de origem por questões de discriminação religiosa. Viveu num campo de refugiados no Afeganistão em 2001, mas partiu para o Paquistão após a invasão americana em Outubro desse ano. Foi detido a 28 de Março de 2002 pela polícia paquistanesa e transferido para custódia norte-americana, que o manteve na Base de Bagram, no Afeganistão, até o deportar para Guantánamo. Encontra-se no centro de detenção norte-americano há seis anos, sem qualquer acusação ou julgamento.

A Amnistia Internacional demonstra a sua preocupação em relação ao caso de Ravil, que poderá ser sujeito a tortura e outras violações graves de Direitos Humanos, tal como a um julgamento injusto, se voltar para a Rússia.

Ismael Ali Farag al Bakush, Líbio (Detido número ISN 708)
Ismael al Bakush nasceu a 01 de Julho de 1968, em Al-Khumas, na Líbia. De acordo com o seu advogado, Ismael saiu da Líbia em 1991 devido a uma perseguição política e religiosa, pois o líbio acredita que o seu irmão terá sido assassinado pelo governo da Líbia por expressar as suas convicções religiosas e políticas. Porém, Ismael foi capturado no Paquistão, no final de 2001, pela polícia paquistanesa, que o entregou às autoridades norte-americanas. Está detido em Guantánamo há mais de seis anos sem qualquer acusação.

A Amnistia Internacional receia que Ismael poderá ser sujeito a tortura e outras formas de maus tratos, a detenção prolongada, em regime de incomunicabilidade, e a um julgamento injusto, se regressar à Líbia. O paradeiro e o estatuto legal de dois líbios que voltaram ao país de origem depois de terem estado em Guantánamo continuam desconhecidos até à data.

ESCREVA PARA: 
Nome do detido
(Núm. do detido:_____ )
Camp Delta
U.S. Naval Base Guantánamo Bay
Washington, D.C. 20355
Estados Unidos da América

E informe-nos se participar nesta acção de solidariedade, enviando um email para [email protected] Este endereço de email está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

NOTA:Informamos que alguns reclusos não estão a receber o respectivo correio na íntegra, pelo que é possível que algumas das cartas dos membros da Amnistia Internacional venham devolvidas. Lamentamos esta realidade, mas mesmo correndo esse risco é importante o envio das cartas. De facto, quando elas chegam ao seu destino, a moral dos detidos aumenta profundamente por saberem que não foram esquecidos. 

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