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Em 2001, o fotógrafo Rune Eraker foi à Colômbia para documentar as condições em que os prisioneiros políticos estavam detidos. Quando um dos guardas não estava a olhar, um prisioneiro passou-lhe um bilhete: “Tell the world about us” (“Fala sobre nós ao mundo”).

 

À semelhança do trabalho de Rune Eraker, a Amnistia Internacional surge depois da publicação de um artigo, em 1961, em que o seu fundador revelou que em todo o mundo existiam pessoas que estavam detidas simplesmente por exercerem a sua liberdade de expressão.

 

Quase 60 anos depois, continuamos a trabalhar para que todas as pessoas, em todo o mundo, possam ser livres e iguais em dignidade e em direitos. Hoje somos já mais de 7 milhões de pessoas que se juntaram a este movimento e que escolheram agir pela liberdade, justiça e em defesa dos direitos humanos.

 

Junte-se também.

 
 
 


© Rune Eraker
Quénia, 2015: No meio da poeira deixada pelos buldozers, vagueiam as pessoas sem um futuro seguro à vista. Vão contruir aqui uma nova estrada, bancos e centros comerciais.
Algumas das pessoas vivem neste sitio há 50-60 anos e nunca viveram em outro local. São deixados sem nada, sem direitos, casa ou compensação.

 
 


© Rune Eraker
El Salvador, 2015: Cela de isolamento no infame Centro Penal de Mariona, em São Salvador, onde muitos presos são mantidos em solitária.

 
 


© Rune Eraker
Honduras, 2009: Uma manifestante agredida pela polícia de intervenção na capital, Tegucigualpa.

 
 

Estas fotografias pertencem à exposição “Tell the world about us”, de Rune Eraker, que está patente no Centro Português de Fotografia, no Porto, de 13 de julho até outubro.

 

A Amnistia Internacional juntou-se à sua missão e desafia todos os visitantes a contarem ao mundo o que viram: atue agora e assine os nossos apelos em defesa dos direitos humanos. Qualquer pessoa pode participar, seja no local da exposição ou através desta página.

 
 

© HAYRI TUNC/AFP/Getty Images

 
 

 MÃES DE SÁBADO IMPEDIDAS DE PROTESTAR PACIFICAMENTE [Turquia] 

A 25 de agosto de 2018, a polícia em Istambul usou gás lacrimogéneo, balas de borracha e canhões de água para dispersar um protesto pacífico de um grupo maioritariamente de mulheres, algumas nos seus 80 anos, conhecido como “Mães de Sábado”. Estas mulheres têm organizado vigílias pacíficas para protestar contra os desaparecimentos forçados dos seus familiares desde a década de 90.

Para a maioria das famílias, as circunstâncias em torno dos desaparecimentos são desconhecidas, não sabendo se estas pessoas estão vivas ou mortas. Os responsáveis nunca foram levados à justiça.

A vigília está proibida desde 25 de agosto de 2018, mas os familiares dos desaparecidos estão determinados a continuar, arriscando-se a serem novamente atacados. Assine a nossa petição, apelando a que as vigílias possam de novo ocorrer em segurança.

Ler texto da petição

Dear President Erdoğan,

In February 2011 you met with 12 relatives of some of the hundreds of people disappeared.

At that meeting, you made a promise that your government would start work on enforced disappearances, one of the most serious human rights violations in Turkey.

Now, the families are still demanding truth and justice for their loved ones so brutally taken from them in the 1980s and 1990s. Now, their weekly peaceful vigil has been banned and dozens among them have been ill-treated and detained. Turkey has still not signed the International Convention for the Protection of All Persons from Enforced Disappearance.

I call on you to make good on your promise from 2011, starting with lifting the ban on the Saturday Mothers’ peaceful weekly vigil and sign and ratify the International Convention. Bringing perpetrators of past enforced disappearance to justice is the best way to ensure this crime is never committed again against anyone in Turkey.

Yours respectfully,


ASSINAR


 
 

© Private

 
 

 AMBIENTALISTAS TORTURADOS E EM RISCO DE EXECUÇÃO [Irão] 

Oito ambientalistas no Irão foram acusados de espionagem pela utilização de câmaras para monitorizar espécies em vias de extinção. Na sequência de um julgamento injusto, encontram-se em risco de serem condenados à pena de morte ou a uma pena de mais de dez anos de prisão. Há informações que indicam que foram submetidos a práticas de tortura e outros tratamentos degradantes para a obtenção de “confissões”.

Os ambientalistas faziam trabalho de pesquisa sobre animais em perigo de extinção no país, nomeadamente sobre a chita asiática e o leopardo persa.

Em outubro de 2018, foram acusados formalmente: quatro foram acusados de “corrupção na terra” (efsad f’il arz), três de espionagem e um outro de “conluio com Estados hostis à República Islâmica” e “recolha de informação e conluio para cometer crimes contra a segurança nacional”.

As suas “confissões” não devem ser aceites e todos devem ser colocados em liberdade imediatamente.

Ler texto da petição

Dear Mr. Ebrahim Raisi,

Eight conservationists who have been detained in Tehran’s Evin prison since their arrests in January 2018 are awaiting a court verdict following a grossly unfair trial.

Niloufar Bayani, Houman Jowkar, Morad Tahbaz and Taher Ghadirian have been charged with “corruption on earth” (efsad f’il arz) and could be sentenced to death. Amirhossein Khaleghi, Sepideh Kashani and Abdolreza Kouhpayeh have been charged with espionage and could face up to 10 years in prison. Sam Rajabi has been charged with offences including “co-operating with hostile states against the Islamic Republic” and could face up to 11 years in prison. Without providing any evidence, the authorities have accused them of using scientific and environmental projects as a cover to collect classified military information. The charges against the scientists, who are linked to the Persian Wildlife Heritage Foundation, stem from their research activities on endangered species. Furthermore, some of them displayed signs of physical torture, with broken teeth and bruising on their bodies in order to obtain “confessions”.

I urge you to release all eight conservationists immediately and unconditionally, as they are prisoners of conscience, detained solely for peacefully exercising their rights to freedoms of expression, association and assembly, including through their work protecting Iran’s endangered wildlife. Please ensure that, pending their release, they are protected from torture and other ill-treatment and are given regular access to their families and lawyers of their own choosing.

Yours sincerely,

ASSINAR

© Ricardo Rodrigues da Silva

 BRAVE – Por quem defende os direitos humanos [Portugal] 

Vivemos atualmente numa era onde o medo, a divisão e a demonização ganham terreno. Um pouco por todo o mundo as narrativas de “nós contra eles” estão a ser utilizadas para criar um sentimento de culpa coletiva a grupos inteiros, independentemente do seu contexto político e social. Assim, aqueles que se atrevem a ter uma posição em defesa dos direitos humanos estão, atualmente, sob ataque em cada vez mais países e a uma escala alarmante:

• Em pelo menos 22 países foram mortas pessoaspor defenderem pacificamente os direitos humanos;

• Em 63 países enfrentaram campanhas dedifamação e de desacreditação;

• Em 68 países foram detidas ou presas apenasdevido ao trabalho pacífico que desenvolvem

• Em 94 países foram ameaçadas ou atacadas

Atue connosco e desafie as autoridades portuguesas a reconhecerem publicamente o papel fundamental que os defensores de direitos humanos têm na construção de uma sociedade mais justa.

Ler texto da petição

Excelentíssimo Senhor
[Primeiro-ministro, Dr. António Costa]
[Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa]

Há vinte anos foi adotada nas Nações Unidas a Declaração sobre o Direito e a Responsabilidade dos Indivíduos, Grupos ou Órgãos da Sociedade de Promover e Proteger os Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais Universalmente Reconhecidos. Esta declaração tem por objetivo proteger os direitos humanos e quem os defende.

Hoje, são muitas as realidades políticas e sociais que se opõem ao que foi assumidamente firmado por todos em papel e que violam a lei internacional. Os defensores de direitos humanos encontram demasiadas vezes a sua vida em risco, sendo abertamente apelidados de criminosos, indesejados, “defensores de demónios”, “agentes estrangeiros”, antinacionais e terroristas.

É perante este compromisso, do qual Portugal faz parte, que apelamos a que publicamente manifeste o seu apoio a quem é perseguido por denunciar violações de direitos humanos.

Que Portugal seja exemplo liderante no desafio e exigência ao cumprimento global das obrigações para com o direito internacional.

Atentamente,

ASSINAR
 
 


© Amnesty International
 
 

 COMUNIDADE “DEEP SEA” EM RISCO DE SER DESALOJADA [Quénia] 

A comunidade Deep Sea, em Nairóbi, no Quénia, com cerca de 12 000 residentes está novamente em risco de deixar de exisitir.

Desde 2009 que a comunidade Deep Sea está sob ameaça de desalojamento forçado, consequência do plano de construção da estrada “Missing link” (“Ligação em falta”) pela Autoridade de Estradas Urbanas do Quénia (KURA) com financiamento da União Europeia (UE).

A 1 de fevereiro, o Comissário Adjunto avisou os residentes desta comunidade informal que teriam quatro dias para esvaziarem as suas casas, para que se iniciassem os trabalhos de construção da estrada. Em caso de incumprimento desta ordem, o governo iria expulsar a comunidade com recurso à força.

Ler texto da petição

Dear Honorouble Minister,

More than two thousand residents of Deep Sea informal settlement in Westlands, Nairobi are at risk of imminent forced evictions. The residents told Amnesty International that on 1 February, the Deputy County Commissioner (DCC) of Westlands Subcounty together with officers from other stations, eight of whom were armed, visited the informal settlement. The DCC informed the residents that they had four days to vacate the area designated for a European Union (EU) funded road construction project, or the government would take the land by force.

The Deep Sea community has faced forced evictions and multiple threats of forced evictions since 2009. The community representatives leading the negotiations are receiving alleged death threats from a Nairobi county official. They were told if they did not pull out of the of the negotiations and vacate the road reserve, “Amnesty would collect bodies in Deep Sea and make noise over bodies instead of houses”.

In light of the above, I call on you to:

  • Ensure that no forced evictions occur in Deep Sea and the residents are not rendered homeless;
  • Ensure that residents of Deep Sea are allowed to continue with the ongoing resettlement negotiations without fear of threats or intimidation;
  • Ensure that all evictions comply with Kenya’s national and international human rights obligations.

Yours sincerely,

ASSINAR
 
 

 

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