A Amnistia Internacional – Portugal marcou presença nos concertos dos Coldplay, nos dias 17, 18, 20 e 21 de maio, em Coimbra. A organização esteve a divulgar a sua campanha Protege a Liberdade, apresentando o caso de Tanaice Neutro, um ativista e artista angolano que usa o kuduro – um tipo de música angolana – para expressar a sua opinião sobre questões sociais como pobreza, desigualdade, corrupção e má governação. Num evento que celebra a música dos Coldplay, a Amnistia Internacional lembrou que a música, tantas vezes usada como um instrumento de liberdade de expressão, ainda é criminalizada em alguns locais do mundo.
Por recorrer à música para se expressar de forma pacífica, Tanaice foi injustamente acusado de vários crimes, tendo três das acusações sido entretanto retiradas por serem infundadas. Em outubro de 2022, o juiz determinou que Tanaice deveria cumprir 15 meses de pena suspensa e, devido ao seu estado de saúde, ordenou a sua libertação imediata, uma decisão que continua por cumprir e para a qual a Amnistia Internacional está a apelar às autoridades angolanas.
“Quisemos vir até Coimbra, ao encontro de pessoas de todo o país, apresentar uma campanha pela liberdade. Relembrá-las de que o trabalho pelos direitos humanos é uma missão contínua, para o qual qualquer pessoa pode contribuir e ser parte ativa. Neste caso específico do Tanaice Neutro, queremos dar a conhecer o seu caso e as formas de atuação possíveis para que a sua libertação imediata possa ser uma realidade”, lembra Paulo Fontes, diretor de campanhas da Amnistia Internacional – Portugal.
“o trabalho pelos direitos humanos é uma missão contínua, para a qual qualquer pessoa pode contribuir e ser parte ativa”
Paulo Fontes
“Estes quatro dias serão fundamentais para a divulgação do compromisso e do trabalho em prol dos direitos humanos que a Amnistia Internacional tem desenvolvido. A Coimbra, trazemos um caso da repressão à liberdade de expressão em Angola, mas é imperativo explicar que este não é caso isolado. A nível global, a dissidência tem sido oprimida em vários países, com ativistas, jornalistas, músicos e defensores de direitos humanos a serem ameaçados, perseguidos, detidos e até mortos, sendo muitas vezes sustentada pela impunidade da atuação das autoridades nacionais. A nossa missão continuará até que o respeito pelos direitos humanos, onde a liberdade de expressão e reunião pacífica estão integradas, seja uma realidade universal”, remata Pedro A. Neto, diretos executivo da Amnistia Internacional – Portugal.
“A Coimbra, trazemos um caso da repressão à liberdade de expressão em Angola, mas é imperativo explicar que este não é caso isolado”
Pedro A. Neto
E se os Coldplay, ao som de Higher Power, nos dizem que
That you’ve got a higher power
Got me singing every second, dancing every hour
Oh yeah, you’ve got a higher power
And you’re really someone I wanna know
A Amnistia Internacional destaca que, só quando todas as pessoas mobilizarem o seu higher power pela defesa dos direitos humanos, poderemos usufruir de um mundo onde a música não seja reprimida e onde todos e todas possam usufruir plenamente da sua liberdade de expressão e reunião pacífica.
Fotografias da ação em Coimbra:
Banca da Amnistia Internacional – Portugal com os materiais da campanha global Protege a Liberdade e o caso específico de Tanaice Neutro