Delegação da Amnistia Internacional Portugal reuniu-se esta sexta-feira, 2 de junho, na embaixada da Rússia, em Lisboa, para proceder à entrega das mais de 4 450 assinaturas recolhidas em Portugal em petição que insta as autoridades russas a investigarem os relatos de perseguição e violência contra pessoas identificadas como homossexuais na Tchetchénia e a garantirem a proteção de quem é alvo desta conduta violadora dos direitos humanos.
A organização de direitos humanos solicitou também esclarecimentos por parte das autoridades russas sobre as denúncias de raptos, tortura e assassinatos de pessoas identificadas como homossexuais na Tchetchénia, casos que foram documentados na investigação da Amnistia Internacional.
O diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, e a assistente de Campanhas, Ana Farias Fonseca, foram recebidos pelo segundo secretário e adido de imprensa da missão diplomática russa, Alexander Briantsev, em representação do Embaixador da Rússia.
Mais de meio milhão de assinaturas
A Amnistia Internacional recolheu mais de meio milhão de assinaturas no mundo inteiro, de Taiwan ao Brasil, a exigir o fim da chocante perseguição que é sofrida por homens identificados como homossexuais na república russa da Tchetchénia. Num dia de ação global, a 2 de junho, ativistas da organização de direitos humanos entregam as petições promovidas nos seus países nas embaixadas da Rússia por todo o mundo. Em várias cidades realizar-se-ão também ações de protesto ao longo desta semana e da próxima contra a repressão coordenada pelas autoridades tchetchenas, incluindo na Bélgica, Canadá, Espanha, Finlândia, Holanda, Noruega, Reino Unido, Suécia e Ucrânia.
As autoridades tchetchenas alegam que não existem homossexuais na Tchetchénia, para desvalorizar as denúncias feitas. A Amnistia Internacional responde com esta mobiliação no mundo inteiro para mostrar aos homossexuais na Tchetchénia que são reconhecidos e que é exigida a sua proteção.
As autoridades russas abriram uma investigação preliminar às denúncias e relatos que emergiram sobre esta perseguição. A Amnistia Internacional insta a que progridam para uma completa investigação criminal e que tomem todas as medidas para garantir a segurança das pessoas que podem estar em risco na Tchetchénia.
A organização de direitos humanos entende ainda que a comunidade internacional deve abrir as portas a todos os que enfrentam esta terrível purga e que fogem da perseguição homofóbica na Tchetchénia.