15 Fevereiro 2021

Quase três anos depois de ter sido presa, a defensora dos direitos humanos saudita Loujain al-Hathloul regressou a casa.

“Nada pode compensar o tratamento cruel que sofreu, nem a injustiça da sua prisão. Durante esse tempo, foi torturada e assediada sexualmente, mantida em confinamento solitário e, numa ocasião, foi-lhe negado acesso à família durante meses”

Lynn Maalouf, diretora-adjunta para o Médio Oriente e Norte deÁfrica da Amnistia Internacional

“A libertação de Loujain al-Hathloul após um doloroso suplício na prisão, que durou quase três anos, é um alívio incrível, mas já deveria ter acontecido há muito tempo”, comenta a diretora-adjunta para o Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional, Lynn Maalouf.

“Nada pode compensar o tratamento cruel que sofreu, nem a injustiça da sua prisão. Durante esse tempo, foi torturada e assediada sexualmente, mantida em confinamento solitário e, numa ocasião, foi-lhe negado acesso à família durante meses. As autoridades da Arábia Saudita têm de assegurar que as pessoas responsáveis pela sua tortura e por outros maus-tratos são levadas à justiça. Além disso, devem garantir que não seja sujeita a quaisquer medidas punitivas adicionais, como a proibição de viajar”, exemplifica a responsável.

A 28 de dezembro de 2020, o Tribunal Penal Especializado condenou Loujain al-Hathloul  a cinco anos e oito meses de prisão – com suspensão parcial de dois anos e dez meses. A ativista foi acusada de “espionagem” e “conspiração contra o reino”, por promover os direitos das mulheres e apelar ao fim do sistema de tutela masculina na Arábia Saudita.

“Nunca devia ter sido forçada a passar um único segundo atrás das grades. Foi punida como vingança pela sua corajosa defesa dos direitos das mulheres na Arábia Saudita”

Lynn Maalouf, diretora-adjunta para o Médio Oriente e Norte deÁfrica da Amnistia Internacional

“Loujain al-Hathloul nunca devia ter sido forçada a passar um único segundo atrás das grades. Foi punida como vingança pela sua corajosa defesa dos direitos das mulheres na Arábia Saudita e pelo exercício do seu direito à liberdade de expressão”, recorda Lynn Maalouf.

A Amnistia Internacional está a apelar às autoridades sauditas para que libertem imediata e incondicionalmente todos os defensores de direitos humanos e prisioneiros de consciência detidos unicamente por reclamarem reformas e defenderem direitos fundamentais. Entre os detidos estão Mohammed al-Bajadi, membro fundador da Associação Saudita de Direitos Civis e Políticos e destacado defensor dos direitos humanos, e Salman al-Awda, um clérigo reformista que enfrenta uma condenação à morte por expressar a sua opinião num tweet.

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