29 Agosto 2014

Mais de seis meses passados desde a exigência da ONU para que cessassem os desaparecimentos forçados na Síria, esta prática nefasta continua, diz a Amnistia Internacional em antecipação ao Dia Internacional das Vitimas dos Desaparecimentos Forçados, dia 30 de agosto.

 
“As pessoas na Síria são regularmente arrastadas para um abismo de detenções secretas, tornando claro o recurso das autoridades sírias à prática sistemática de desaparecimentos forçados como forma de esmagar a oposição,” diz Philip Luther, diretor para o Médio Oriente e Norte de África na Amnistia Internacional.
 
“Apesar da adoção de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, em fevereiro, exigindo o fim dos desaparecimentos forçados e de outros abusos dos direitos humanos, inúmeros suspeitos opositores do governo sírio – incluindo ativistas, jornalistas, médicos e advogados – são rotineiramente levados das ruas ou de suas casas e feitos desaparecer em autênticos buracos negros.”
 
As vitimas de desaparecidos são mantidas em regime de incomunicabilidade e secretamente em centros de detenção por toda a Síria. Muitos são mantidos em condições desumanas e estando fora da alçada protetora da lei, são torturados e maltratados. Um número não conhecido de detidos foram mortos enquanto se encontravam em detenção secreta.
 
Em fevereiro, os membros do Conselho de Segurança da ONU, comprometeram-se a responder com “medidas adicionais em caso de não comprimento”. Contudo, seis meses passados, o governo sírio continua a sua campanha implacável de intimidação dos opositores.
 
“As promessas dos membros do Conselho de Segurança da ONU de que iriam atuar contra o flagrante desprezo dos termos da resolução sobre a Síria, não se concretizou. Esta situação dá rédea livre ao governo da Síria para continuar sem punição a sua prática de desaparecimentos forçados,” diz Philip Luther.
 
A resolução também pedia o levantamento do cerco e o acesso da ajuda humanitária, assim como o fim das detenções arbitrárias e tortura levada a cabo pelas forças governamentais e pelos grupos armados. Especificava que todos os detidos de forma arbitrária, incluindo numerosos prisioneiros de consciência, deveriam ser imediatamente libertados.
 
No Dia Internacional das Vitimas de Desaparecimentos, a Amnistia Internacional quer chamar a atenção para a situação de todos os sírios raptados pelos estado e cujo paradeiro continua desconhecido.

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