5 Março 2008

O Dia Internacional da Mulher é um dia para celebrar as conquistas das mulheres e olhar em frente para as oportunidades que as esperam. A chave para um futuro risonho é a escolha. As mulheres devem ser livres de escolher o caminho que acham certo, um caminho livre de sofrimento, que lhes permita evoluir e realizar todo o seu potencial. A educação é um passo crucial nesse processo. É crucial quebrar os ciclos de pobreza, violência e doença. A educação é um direito humano, e por isso um direito de todas as raparigas. Á medida que se aproxima o centésimo aniversário do dia internacional da mulher, e os sessenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, milhares de raparigas em todo o mundo continuam a enfrentar inúmeros obstáculos à Educação:

 ·Muitas raparigas são atacadas no caminho para a escola, ou provocadas pelos seus colegas no recinto escolar. Algumas são ameaçadas por outros estudantes, coagidas a práticas sexuais pelos seus professores e mesmo violadas em salas de funcionários.
·Em países atingidos pela guerra, as raparigas  estão à mercê de grupos armados e de ataques nas suas escolas. O abuso sexual e exploração são problemas graves para raparigas que vivem em campos de refugiados ou desalojados.
·Algumas raparigas estão mais expostas ao risco que outras. Alguns grupos em particular, tais como minorias étnicas, lésbicas, portadoras de deficiência, imigrantes e refugiadas, correm maior risco do que outras colegas.
 

·Embora a escolaridade primária  deva ser gratuita e acessível a todas as crianças,  o que acontece um pouco por todo o mundo é que muitas escolas  cobram propinas. Em caso de pouca capacidade financeira as raparigas são excluídas mais facilmente do que os rapazes no acesso ao ensino.

A violência está ligada aos inúmeros casos de raparigas que são afastadas da escola ou obrigadas a desistir, ou simplesmente não participam totalmente na actividade escolar. Isso causa não só dor e medo, como também faz baixar a auto estima, resulta em doenças sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas e depressão. Em muitos casos os abusos não são relatados.

O problema é agravado pelo facto das raparigas muitas vezes optarem por não denunciarem as situações, porque continua a ser tabu em algumas sociedades, ou porque temem uma retaliação. Isto permite que tais actos, ao não serem denunciados permitem que o perpetrador fique impune.

 Nada justifica a falta de acção. O problema não está relacionado com falta de recursos mas sim de vontade política. Os governos, professores e autoridades escolares devem trabalhar conjuntamente na prevenção da violência contra as raparigas nas escolas e devem investigar prontamente as denúncias de abusos, aplicar punições adequadas aos agressores, apoiar as vitimas de violência no seu processo de recuperação e assegurar que tais abusos não voltam a acontecer.Junte-se à campanha da Amnistia Internacional para proteger o direito de todas as raparigas à segurança, igualdade e educação. Ajude a tornar as escolas num local seguro para todas as raparigas. 

 Petição

 As escolas são locais para as crianças aprenderem e crescerem. Porém, muitas raparigas   em todo o mundo vão à escola  temendo pela sua segurança. Embora rapazes e raparigas em idade escolar possam ser potenciais vítimas de violência, as raparigas são vítimas mais frequentes de violência de género, em particular de abuso sexual.
Em geral este tipo de violência contra as raparigas não é denunciada, os perpetradores não são punidos, e não são tomadas quaisquer medidas para evitar que este tipo de situações volte a acontecer. Como resultado disso, muitas raparigas são afastadas ou obrigadas a desistir da escola, ou não participam plenamente nas actividades escolares. A Amnistia Internacional apela a todos os governos que implementem os Seis Passos para Acabar com a violência contra as raparigas nas escolas:

1.º Proibir todas as formas de violência contra as raparigas
2.º Criar um plano para tornar as escolas mais seguras para as raparigas
3.º Responder perante os incidentes de violência contra as raparigas
4.º Providenciar serviços de apoio às raparigas vitimas de violência
5.º Remover barreiras ao acesso das raparigas à educação
6.º Proteger as raparigas dos abusos 

 Assine a petição manifestando o seu apoio a uma escola segura para raparigas, e exigindo a implementação dos Seis passos para Acabar com a Violência sobre as Raparigas. A Amnistia Internacional irá entregar em tempo devido as assinaturas ao Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas para a Violência contra as Crianças.

Alguns números sobre a violência contra as raparigas na escola

Dados estatisticos sobre crimes contra a liberdade e a autodeterminação sexual  

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