25 Novembro 2025

 

  • Jovens ativistas dos direitos digitais entregam hoje petição com 170 260 assinaturas de todo o mundo, das quais 21 136 de Portugal, nos escritórios do Tik Tok, em Dublin, Irlanda
  • Investigação da Amnistia Internacional mostra que o modelo de negócio do TikTok prioriza o envolvimento para manter os utilizadores viciados
  • “Estas assinaturas representam uma exigência global para que o TikTok substitua o seu atual modelo de negócio de uma aplicação viciante por um modelo seguro. O seu design tóxico causou danos a crianças em muitas partes do mundo” – Zahra Asif Razvi

 

 

Quatro jovens ativistas dos direitos digitais da Irlanda, Argentina e França entregam hoje uma petição nos escritórios do TikTok em Dublin, Irlanda, a exigir que a empresa corrija o seu design tóxico e viciante, que expõe crianças e jovens a conteúdos prejudiciais.

A petição intitulada “Torne o TikTok mais seguro para crianças e jovens” tem 170 260 assinaturas de todo o mundo, das quais 21 136 de Portugal, será entregue por Mary Kate Harten e Trinity Kendi, da Irlanda, Abril Perazzini, da Argentina, e Noe Hamon, da França.

A petição destaca os danos associados às funcionalidades da plataforma, que priorizam o envolvimento em detrimento da segurança dos utilizadores.

“Estas assinaturas representam uma exigência global para que o TikTok substitua o seu atual modelo de negócio de uma aplicação viciante por um modelo seguro. O seu design tóxico causou danos a crianças em muitas partes do mundo”, afirmou Zahra Asif Razvi, ativista da Amnistia Internacional.

“O TikTok deve tornar a sua plataforma segura para que crianças e jovens possam socializar, aprender e aceder a informações sem serem prejudicados”, adicionou.

“O TikTok deve tornar a sua plataforma segura para que crianças e jovens possam socializar, aprender e aceder a informações sem serem prejudicados.”

Zahra Asif Razvi

A investigação da Amnistia Internacional mostra que o modelo de negócio do TikTok prioriza o envolvimento para manter os utilizadores viciados e impulsiona uma extensa recolha de dados direcionada aos anunciantes.

A Amnistia Internacional também constatou repetidamente que o feed “Para ti” do TikTok pode empurrar crianças e jovens para um ciclo de depressão, automutilação e conteúdos relacionados com o suicídio.

Em França, jovens entrevistados numa recente investigação da Amnistia Internacional relataram fluxos de vídeos que normalizavam e encorajavam a automutilação e o suicídio depois de visualizarem conteúdos relacionados com a saúde mental. Pais de crianças que se suicidaram descreveram o horror de descobrir o conteúdo que o TikTok tinha estado a empurrar para os seus filhos.

 

Contexto

Em 2023, a Amnistia Internacional publicou dois relatórios que documentam como o sistema de recomendação do TikTok e as suas práticas invasivas de recolha de dados amplificaram conteúdos depressivos e suicidas, colocando os jovens utilizadores da plataforma com problemas de saúde mental pré-existentes em maior risco.

Apesar das medidas de mitigação de risco anunciadas pelo TikTok desde 2024, a plataforma continua a expor utilizadores vulneráveis a conteúdos que normalizam a automutilação, o desespero e os pensamentos suicidas.

 

Perguntas Relacionadas

O que exige a petição global dirigida ao TikTok que já reuniu mais de 170 000 assinaturas?

A petição pede que o TikTok altere o seu design atual, considerado tóxico e viciante, implementando medidas que protejam os utilizadores, especialmente os mais jovens, dos riscos associados ao uso excessivo da plataforma. O objetivo é reduzir os mecanismos que promovem a dependência e o impacto negativo na saúde mental.

Quais são os principais problemas apontados no design do TikTok que justificam esta petição?

Os críticos referem que a plataforma utiliza algoritmos e funcionalidades concebidas para maximizar o tempo de ecrã, criando padrões de uso compulsivo. Estes mecanismos exploram vulnerabilidades psicológicas, como a necessidade de validação ou a dificuldade em desconectar, o que pode agravar problemas como ansiedade, depressão ou perturbações do sono, sobretudo em jovens.

Quem está por trás desta iniciativa de recolha de assinaturas contra o TikTok?

A campanha é promovida pela Amnistia Internacional, que tem vindo a alertar para os perigos dos designs aditivos das redes sociais e a pressionar as plataformas a adotarem práticas mais éticas e centradas no bem-estar dos utilizadores.

Que tipo de mudanças específicas são sugeridas para tornar o TikTok menos viciante?

Embora o artigo não detalhe todas as propostas, as sugestões passam geralmente por limitar recursos como o scroll infinito, reduzir as notificações intrusivas, introduzir lembretes ativos sobre o tempo de utilização e oferecer ferramentas que permitam aos utilizadores (e aos pais, no caso de menores) controlar melhor os hábitos de consumo de conteúdos.

Por que razão os jovens são considerados o grupo mais vulnerável aos efeitos do design do TikTok?

Os jovens são particularmente suscetíveis porque o seu cérebro ainda está em desenvolvimento, especialmente nas áreas relacionadas ao autocontrolo e à gestão de impulsos. Além disso, a exposição precoce a conteúdos algoritmizados que reforçam comportamentos viciantes pode condicionar padrões de uso problemáticos a longo prazo, com impacto na saúde mental e no desempenho escolar.

⚠️ Este painel de questões relacionadas foi criado com IA mas revisto por um humano.

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