27 Setembro 2019

Dos mais novos aos mais velhos, a Greve Climática Global juntou milhares de pessoas, esta sexta-feira, em todo o país. A Amnistia Internacional também saiu às ruas e, em Lisboa, participou na marcha que arrancou no Cais do Sodré e terminou na Praça de D. Pedro IV, na zona do Rossio.

Ao contrário de outros protestos pelo clima, a chamada de ação de hoje tinha sido enviada a toda a sociedade, desde estudantes, sindicatos, autarquias, universidades e ONG. O objetivo passava por criar um movimento pacífico e transversal, não só nas ruas, mas também para debater o futuro do país.

Dezenas de membros e apoiantes juntaram-se à Greve Climática Global em Lisboa. © Amnistia Internacional Portugal

Parte ativa da Semna de Ação pelo Clima, a Amnistia Internacional escreveu a cerca de 3150 escolas portuguesas a apelar que autorizassem os alunos a participar na Greve Climática Global. A mensagem seguiu para estabelecimentos de todos os níveis de ensino, públicos e privados, incluindo conservatórios e escolas profissionais.

Na carta, assinada pelo secretário-geral da organização, Kumi Naidoo, lia-se: “O direito a um planeta habitável é como o Artigo Zero dos direitos humanos. É um direito inato que, infelizmente, as gerações mais novas foram obrigadas a reivindicar”.

A concentração em Lisboa estava marcada para a zona do Cais do Sodré. © Amnistia Internacional Portugal

“As escolas, os pais e todas as comunidades educativas devem participar e tomar parte desta ação que é, hoje, a maior aula do mundo para a humanidade. Além disso, a participação na Greve Climática Global enquadra-se no exercício do direito de liberdade de expressão e reunião, um direito fundamental que a todos assiste”, defendia o diretor-executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro A. Neto, antes do protesto desta sexta-feira.

Nas ruas, o repto foi aceite. Muitas crianças e jovens, pais e professores estiveram unidos para alertar o poder político e o setor empresarial sobre o impacto que as alterações climáticas já estão a ter um pouco por todo o mundo.

A Greve Climática Global foi inspirada pelo movimento Fridays For Future de Greta Thunberg. © Amnistia Internacional Portugal

Em parceria com o escritório da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a Amnistia Internacional coorganizou, nos dias 18 e 19 de setembro, a People’s Summit on Climate, Rights and Human Survival, que contou com a presença de mais de 200 representantes de organizações não-governamentais e comunidades indígenas, académicos, trabalhadores, jornalistas, entre outros. O evento serviu para criar uma nova era no ativismo climático que busca soluções baseadas nos direitos humanos.

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