31 Janeiro 2023

 

  • Equipa de resposta a crises irá investigar violações de direitos humanos e possíveis crimes à luz do direito internacional
  • Até à data, pelo menos 46 manifestantes e um agente da polícia morreram durante a repressão das manifestações

Após acompanhar atentamente a situação no Peru, a Amnistia Internacional enviou uma equipa especializada em resposta a crises para investigar as graves violações de direitos humanos e eventuais crimes à luz do direito internacional cometidos no contexto da onda de manifestações, que teve início em dezembro passado.

“O mundo está com os olhos postos no Peru. Pela gravidade das alegações dos abusos de direitos humanos que estamos continuamente a receber, enviámos a nossa equipa especializada de resposta a crises, que só é destacada em situações de extrema gravidade, quando há indícios de possíveis crimes ao abrigo do direito internacional. Esta equipa investigará violações de direitos humanos, com o objetivo de contribuir para os esforços das organizações peruanas na identificação da eventual responsabilidade criminal das autoridades, mesmo as de mais alto nível”, reflete Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da Amnistia Internacional.

“Pela gravidade das alegações dos abusos de direitos humanos que estamos continuamente a receber, enviámos a nossa equipa especializada de resposta a crises, que só é destacada em situações de extrema gravidade, quando há indícios de possíveis crimes ao abrigo do direito internacional”

Erika Guevara-Rosas

Até ao momento e de acordo com o Gabinete do Provedor de Justiça do Peru, pelo menos 46 manifestantes e um agente da polícia morreram durante a repressão das manifestações e mais nove pessoas perderam a vida em eventos ligados à crise social no país.

A equipa de resposta a crises da Amnistia Internacional recolherá testemunhos e consultará documentos para justificar as alegações de violações de direitos humanos e possíveis crimes de direito internacional, de modo a apoiar as vítimas e exigir que as autoridades peruanas garantam os seus direitos à justiça, à verdade, à reparação e à não-repetição. Além disso, o Corpo de Verificação Digital da Amnistia Internacional continua a analisar as provas fotográficas e os vídeos de possíveis violações de direitos humanos.

“Apelamos à Presidente Dina Boluarte que termine com a repressão violenta das manifestações por parte das forças de segurança peruanas. Para resolver a crise que o país enfrenta, o seu governo deve concentrar todos os esforços na escuta e na resposta genuína às necessidades e reivindicações da população, especialmente dos que são historicamente discriminados devido à sua origem étnica e racial. São precisas mudanças substanciais e estruturais imediatas para que todas as pessoas possam usufruir dos seus direitos humanos e viver com dignidade no país”, releva Marina Navarro, diretora executiva da Amnistia Internacional – Peru.

“Para resolver a crise que o país enfrenta, o seu governo deve concentrar todos os esforços na escuta e na resposta genuína às necessidades e reivindicações da população”

Marina Navarro

No fim do período da equipa de resposta a crises no Peru, a Amnistia Internacional anunciará uma conferência de imprensa em Lima, onde apresentará as conclusões preliminares da sua investigação.

Agir Agora

Fim à violência contra manifestantes no Peru

Fim à violência contra manifestantes no Peru

Junte o seu nome a esta petição dirigida à Presidente do Peru, Dina Boluarte, apelando a que as forças de segurança peruanas priorizem a procura de uma resolução pacífica para a atual situação e evitem o uso da força de forma contrária às normas internacionais.

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