Esta petição foi encerrada.
Boas notícias! No dia 24 de março de 2022, Bernardo Caal Xol foi libertado! Milhares de pessoas em todo o mundo atuaram para pressionar as autoridades na Guatemala a libertar este defensor de direitos humanos, e as suas vozes foram ouvidas! De Portugal seguiram mais de 20.000 assinaturas em sua defesa para a Embaixada da Guatemala na Suíça, num trabalho conjunto com a Amnistia Internacional na Suíça.
Muito obrigada pela vossa ação.
Em baixo, pode recordar o apelo da Amnistia Internacional.
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Bernardo Caal Xol é um dos líderes indígenas da comunidade Maia Q’eqchi, na Guatemala, um defensor de direitos humanos e um prisioneiro de consciência. É um dos casos da Maratona de Cartas de 2021.
Bernardo Caal Xol é um homem com um grande coração. Segundo o próprio, nele cabem todas as pessoas da sua comunidade e a natureza que nos rodeia. Talvez por isso, este professor e líder sindical acredita que tem uma missão de vida: empoderar a sua comunidade, a comunidade indígena Maia Q’eqchi na Guatemala, e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proteger as suas terras e as reservas naturais de pilhagens e perda de biodiversidade.
Por isso, no momento em que uma empresa conseguiu uma licença dada pelo governo da Guatemala para bloquear o rio Cahabón, com o objetivo de construir duas centrais hidroelétricas, Bernardo e a sua comunidade sabiam que tinham de agir. O rio em questão é um dos maiores na Guatemala e é considerado sagrado para esta comunidade. A construção destas centrais já destruiu florestas que pertenciam aos seus territórios e agora arriscam-se a perder um bem preciosíssimo: a água de que dependem para sobreviver. Em resposta, Bernardo exigiu a interrupção das atividades das centrais, alegando que as autoridades falharam em consultar a população de forma adequada – uma exigência ao abrigo do Direito Internacional.
Mas as suas ações, embora pacíficas, tornaram-no um alvo para a empresa e para as elites políticas e económicas. Bernardo foi difamado publicamente e alvo de acusações que não têm qualquer fundamento. Em 2018, um juiz condenou-o a mais de sete anos de prisão, mesmo não existindo quaisquer provas contra ele.
Na Guatemala, os povos indígenas representam 40% da população do país. Vivem do que terra providencia e dos recursos naturais que oferece. São frequentemente considerados como um alvo pelos detentores de interesses económicos, ameaçados, perseguidos e até mortos – tudo em nome da exploração dos recursos naturais que estão nas terras que lhes pertencem.
Pessoas como Bernardo protegem a terra e as suas comunidades em nome das gerações futuras. Tal como muitos outros por todo o mundo, Bernardo está a ser punido por proteger o ambiente, pelas mesmas pessoas que o estão a destruir. Tem de ser imediatamente libertado.
“Porque é que estou na prisão? Por denunciar o que estão a fazer aos rios, por defender o pouco que ainda nos resta.”
Bernardo Caal Xol
Assine este apelo dirigido à Procuradora-geral da Guatemala e, juntos, vamos atuar para que Bernardo seja libertado imediatamente.
Todas as assinaturas serão entregues pela Amnistia Internacional.
Pode consultar aqui todos os casos da Maratona de Cartas e agir em sua defesa.
Texto da carta a enviar
Cara Procuradora-geral,
Bernardo tem um coração enorme. Ele e a comunidade indígena Maia Q’eqchi são uma parte fundamental do património da Guatemala, e estão a agir de forma pacífica para proteger a terra e a água que fazem com que o país seja um destino global incomparável. Contudo, as centrais hidroelétricas, com licença para operar sem a permissão destas pessoas, estão a interferir com o curso do rio sagrado de Cahabón, a transformar a paisagem e a destruir a forma de vida desta comunidade.
Bernardo, que apenas quer garantir que as terras e a água são preservadas para o futuro, tem sido difamado com acusações sem fundamento e foi condenado a mais de sete anos devido a acusações falsas.
Insto a que todas as acusações contra Bernardo sejam retiradas e que ele seja libertado imediatamente.
Atentamente,
Letter content
Dear Attorney General,
Bernardo Caal Xol holds a whole people in his heart. He and the Maya Q’eqchi are a vital part of Guatemala’s heritage. They are peacefully protecting the land and water that make the country a unique global destination. Yet the hydro-electric power plants licensed to operate without their permission are disrupting their sacred Cahabón river, scarring the landscape, and destroying their way of life.
Bernardo only wants to ensure that the land and water are preserved for the future, yet he has been smeared with baseless accusations and imprisoned for more than seven years on sham charges.
I urge you to drop all charges against Bernardo and free him immediately.
Yours sincerely,