Dorgelesse sempre sonhou em ter o seu próprio salão de beleza. Há dois anos, esta mãe solteira e cabeleireira, iniciava a aventura de expandir o seu próprio negócio para também passar a incluir serviço de manicure.
Contudo, no dia 22 de setembro de 2020, o sonho de Dorgelesse foi destruído após ter sido detida durante uma manifestação em Douala, nos Camarões. Foi a sua primeira e única participação numa manifestação. Dorgelesse nunca sequer foi politicamente ativa, mas as suas preocupações sobre o estado da economia do país motivaram-na a marcar presença.
Pouco depois da manifestação começar, as forças de segurança dispararam balas de borracha, gás lacrimogéneo e recorreram a canhões de água para dispersar os manifestantes. À medida que Dorgelesse e outras pessoas fugiam da polícia, viraram em direção a uma ruela sem saída. Aí, a polícia bloqueou a rua e deteve Dorgelesse. Foi levada para a estação da polícia e aí ficou numa cela com outras 22 pessoas em condições deploráveis.
No dia 29 de setembro de 2020, Dorgelesse foi transferida para a Prisão Central de Douala, onde se encontra até hoje. Foi acusada de “insurreição, reunião, encontros e manifestações públicas” e julgada num tribunal militar, numa clara violação ao artigo 14º do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, que os Camarões ratificaram (o artigo em questão indica que “todas as pessoas têm direito a que a sua causa seja ouvida equitativa e publicamente por um tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido pela lei”).
No dia 7 de dezembro de 2021, acabou por ser condenada a cinco anos de prisão e, apesar de já ter apresentado vários recursos desta decisão, nenhum foi ainda bem sucedido.
Dorgelesse é a pessoa responsável por sustentar a sua família. O seu filho de 18 anos sofre de anemia falciforme, e a família enfrenta sérias dificuldades para conseguir pagar a medicação de que precisa. Dorgelesse está desesperada para se juntar a eles.
Junte-se a nós na defesa e apoio de Dorgelesse! Assine esta petição dirigida ao presidente dos Camarões, e apele à sua libertação imediata.
Todas as assinaturas serão enviadas pela Amnistia Internacional.
Texto da carta a enviar
Excelência,
Escrevo para apelar à libertação imediata e incondicional de Dorgelesse Nguessan, detida apenas por exercer pacificamente os seus direitos à liberdade de expressão e reunião.
Dorgelesse foi detida em Douala, enquanto participava na sua primeira manifestação. Nunca foi politicamente ativa, mas as suas preocupações relativas ao estado da economia nos Camarões motivaram-na a marcar presença.
Dorgelesse acabou por ser considerada culpada de “insurreição, reunião, encontros e manifestações públicas” e, após um julgamento num tribunal militar, foi condenada cinco anos de prisão. Deve ser imediatamente libertada para que se possa juntar à sua família, que depende dela para sobreviver.
Atentamente,
Letter content
Your Excellency,
I am writing to demand the immediate and unconditional release of Dorgelesse Nguessan, who is detained solely for the peaceful exercise of her rights to freedom of expression and peaceful assembly.
Dorgelesse was arrested in Douala, while attending her first ever protest. She had never been politically active, but her concerns about the state of Cameroon’s economy led her to join the demonstrations.
Dorgelesse was found guilty of “insurrection, assembly, meetings and public demonstrations” and after an unfair trial by a military court she was sentenced to five years in prison. She must be freed and returned to her family, who rely on her as the main wage-earner.
Yours sincerely,